A reforma do secretariado do governador Eduardo Leite está sendo tecida com a lógica de que esse é o time para governar nos dois anos finais do mandato. Em cargos estratégicos, não devem ser nomeados secretários que tenham a pretensão de concorrer na eleição de 2022, porque terão de deixar o cargo no início de abril dos próximo ano.
Leonardo Busatto foi confirmado na área de Parcerias Estratégicas porque essa pasta não depende de outras peças. Com a Casa Civil, a construção é mais delicada. A tendência é Leite optar por uma solução interna para a vaga de Otomar Vivian, que pediu para sair. Embora filiado ao PP, Otomar é escolha pessoal do governador.
Como se trata de um cargo da cota pessoal do governador, o nome mais forte, hoje, é o do secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos, o que, se confirmado, amplia o número de vagas a preencher.
O cargo de chefe da Casa Civil exige não apenas capacidade de diálogo com a assembleia, mas afinidade absoluta com o governador, por ser o secretário mais próximo. Leite e Lemos tocam de ouvido em relação a temas cruciais, como privatização de estatais, que deve deslanchar neste ano de 2021.
Quando é questionado sobre a data para anunciar a reforma do secretariado, Leite diz, genericamente, que o quebra-cabeça deve estar montado "até o final do mês". E evitar citar nomes, para não atrapalhar as conversas.
Além da Casa Civil — ou da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura, caso se confirme a escolha de Lemos —, o governador precisa indicar o chefe da Gabinete, cargo vago com a morte de Paulo Morales, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, já que a atual secretaria foi desmembrada e Rodrigo Lorenzoni (DEM) deve ficar com o Turismo. Outras mudanças não estão descartadas.