Na carona das entidades empresariais que assinaram documento defendendo a possibilidade de os prefeitos das regiões em bandeira preta adotarem protocolos menos rigorosos, o Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe-RS) quer garantir a retomada das aulas presenciais, suspensa por determinação do governador Eduardo Leite.
– Por entendermos que educação é um serviço essencial, não aceitamos que continue sendo excluída do sistema de cogestão – diz o presidente do Sinepe-RS, Bruno Eizerick.
Desde que esse modelo foi adotado, as escolas não podem adotar os protocolos da bandeira anterior, como outras atividades. A expectativa de Eizerick é convencer o governo de que as escolas estão preparadas para adotar as rígidas normas sanitárias e retomar as aulas presenciais, mesmo com o aumento das internações.
O documento do setor empresarial pedindo a manutenção do sistema de cogestão já tem a assinatura de 40 entidades dos mais diferentes ramos, incluindo comércio, hotelaria, gastronomia, turismo e eventos.
Confira a versão atualizada do manifesto:
"Manifesto em defesa do modelo de cogestão do distanciamento controlado no Rio Grande do Sul
Diante da decisão recente do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, em alterar as bandeiras do mapa preliminar de distanciamento controlado no RS, as entidades, que representam setores fundamentais da nossa economia, abaixo assinadas, manifestam-se em defesa do modelo de cogestão do distanciamento controlado, especialmente no município de Porto Alegre, mas também em apoio à manutenção do sistema nos demais municípios do Rio Grande do Sul.
Compreendemos que a cogestão representa a tomada de decisões focada nas particularidades de cada localidade e que, respeitando o exercício democrático que elege representantes municipais a partir do voto popular, garante a adoção de protocolos de bandeira inferior à atual vigente, dando autonomia e atribuindo confiança nas decisões de cada gestor municipal.
Ainda, com a cogestão, todas as análises e dados epidemiológicos de cada cidade seguem sendo levados em consideração, assegurando o distanciamento interpessoal e as normas de higienização, mas não temos mais ambiente possível para assumir o ônus da bandeira preta em nossa Capital Gaúcha.
Entendemos também não haver explicação para um setor tão importante como a educação estar excluído da cogestão. As escolas fechadas impactam nos demais setores e sabidamente as crianças e adolescentes não são vetores e não sofrem os mesmos efeitos da COVID-19 que os adultos. Desta forma solicitamos que este setor fundamental para o futuro do nosso país também possa ser objeto da cogestão pelos Municípios.
Nossos recursos estão esgotados. Medidas econômicas que anteriormente garantiam fôlego às nossas operações já não fazem mais parte de nossa realidade, e não temos condição alguma de arcar com os impactos de medidas que imponham restrições duras de funcionamento, suspendendo atendimentos presenciais ao público, reduzindo capacidade de atuação e bloqueando operações e realizações de eventos, por exemplo, entre outras consequências.
Pedimos um especial destaque nesta mensagem: não temos condições de fechar as portas. Não temos condições de reduzir ou realizar adaptações em nossas operações. Não há recursos, estoques ou meios para que isso aconteça. Este é um relato profundo e sincero de profissionais que encontram-se no limite. Estamos à beira de um colapso na economia gaúcha e não podemos correr estes riscos.
Reiteramos que os setores empresariais não são culpados por esse novo aumento de contágio do Coronavírus. Nossos estabelecimentos não são fontes propagadoras do vírus e, desde o início da pandemia, estamos tomando todos os rigorosos cuidados com protocolos de higiene e sanitização para preservar a nossa saúde, de nossos funcionários e de nossos clientes, oferecendo ambientes seguros. Portanto, não podemos pagar a conta - que é extremamente cara - desse momento.
Entendemos também que os poderes precisam estabelecer critérios firmes de combate às aglomerações que, conforme foram constatadas por toda a sociedade gaúcha, acontecem, sobretudo, nas praias e nas festas clandestinas. Além disso, as testagens rápidas precisam ser ampliadas, de modo que tenhamos um diagnóstico em tempo real da contaminação e que os agentes de saúde possam agir de forma assertiva e urgente nos tratamentos destes infectados.
Por fim, pedimos que a população assuma seu importante papel na ação rápida de enfrentamento deste grave momento, realizando a manutenção das atitudes que podem preservar vidas e colaborar com a continuidade de nossas atividades, evitando grandes aglomerações, fazendo o uso contínuo e correto da máscara e realizando constante higienização das mãos.
Todos esperamos pelo fim da pandemia, mas somente a ação coletiva nos colocará mais próximos deste objetivo. A cogestão do distanciamento controlado por parte das prefeituras precisa prevalecer, em nome de um horizonte minimamente viável e consciente para cada cidade do nosso Estado.
Assinam o manifesto:
Sindha - Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região
SHPOA - Sindicato de Hotéis de Porto Alegre
Sindilojas Porto Alegre
CDL/POA - Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre
Fecomércio-RS
Abrasel no RS - Associação Brasileira de Bares e Restaurantes
Convention & Visitors Bureau de Porto Alegre e Região Metropolitana
Grupo de Live Marketing do RS
ACCB - Associação dos Comerciantes da Cidade Baixa
AGEPES - Associação Gaúcha de Empresas e Profissionais de Eventos
ABIH RS - Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande do Sul
Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Erechim
SINEPE/RS – Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul
SINDICRECHES - Sindicato Intermunicipal dos Estabelecimentos de Educação Infantil do Estado do Rio Grande do Sul
Ascomepc - Associação do Comércio do Mercado Público Central
SINCODIV - Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do Rio Grande do Sul
FENABRAVE - Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores
AEHN- Associação das Empresas dos Bairros Humaitá Navegantes
AGV - Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo
LIDE – Grupo de Líderes Empresariais
ICF – Instituto Cultural Floresta
AEERPA- Associação dos Empresários da Estação Rodoviária de Porto Alegre
SERGS - Sociedade de Engenharia do Rio Grande Sul
Federasul - Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul
ADVB RS – Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil
AGAS - Associação Gaúcha de Supermercados
ACLAME – Associação da Classe Média
ACPA - Associação Comercial de Porto Alegre
Sindicato da Hotelaria, Restaurantes, Bares e Similares da Região das Hortênsias (Sindtur)
Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Erechim
Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Pelotas
Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Santo Ângelo
Sindicato dos Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Osório
Sindicato dos Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Santa Maria
Sindicato dos Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Uruguaiana
Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Passo Fundo
Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Garibaldi
Sindicato de Hotéis Restaurantes, Bares e Similares do Litoral
Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Novo Hamburgo - SindGastrHô
Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria Região Uva e Vinho - SEGH
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