Deflagrada com a saída do chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, definida no final do ano, mas ainda não consumada, a reforma do secretariado do governador Eduardo Leite deverá envolver pelo menos seis pastas, podendo chegar a 10. São tantas as possibilidades que aliados do governador apelidaram a reforma de “cubo mágico”, pela dificuldade de alinhamento das peças.
Dirigentes do PTB, que se reuniram com Leite na quarta-feira (20), pleitearam ampliação do seu espaço no governo, argumentando que o partido foi o aliado mais fiel na votação do projeto do ICMS. Dois ex-prefeitos foram indicados para compor o governo: Luiz Carlos Busato, de Canoas, e José Sperotto, de Guaíba.
Busato, que já foi secretário de Obras, é considerado no PTB uma espécie de curinga. Líderes do partido especulam que o ex-prefeito poderia tanto ser secretário de Desenvolvimento Econômico, cargo criado com o desmembramento do Turismo, quanto de Meio Ambiente e Infraestrutura, que ficará vaga com a ida de Arthur Lemos para Casa Civil.
Incluem no tabuleiro outras duas possibilidades para Busato: a Secretaria de Obras, caso o PSB deixe o governo, e a Articulação com os Municípios, se o secretário Agostinho Meirelles (também do PTB) for para a chefia de gabinete. Para o mesmo cargo é cotado José Sperotto, que perdeu a eleição em Guaíba.
Aliados do Piratini descartam a hipótese de Leite entregar o Desenvolvimento ou o Meio Ambiente para o PTB. O argumento é que, provavelmente, o governador escolherá para essas pastas secretários que não pretendam deixar o cargo em abril de 2022 para concorrer na eleição de outubro. Além de poderosa, por ter sob seu guarda-chuva a Corsan e as empresas do setor elétrico, a secretaria do Meio Ambiente terá papel estratégico nas privatizações.
Como os dois deputados do DEM votam sistematicamente contra projetos do governo e o ministro Onyx Lorenzoni estará no barco do presidente Jair Bolsonaro em 2022, é possível que a Secretaria do Turismo, hoje ocupada por Rodrigo Lorenzoni, seja entregue a outro partido mais afinado com o PSDB.
A Secretaria do Trabalho, hoje sob comando de Regina Becker Fortunati (PTB), também está sujeita a entrar na dança das cadeiras. Uma das hipóteses em discussão é o secretário da Agricultura, Covatti Filho (PP), reassumir o mandato de deputado federal, e sua mãe, a deputada estadual Silvana Covatti, ir para o Executivo. Nesse caso, Regina assumiria a cadeira na Assembleia, por ser a primeira suplente da coligação PP-PTB, abrindo vaga no Trabalho para o suplente Ronaldo Santini, hoje deputado federal, que ficará ao relento se Covatti voltar para Câmara.
João Derly, que deixou a secretaria do Esporte e Lazer para concorrer a prefeito de Porto Alegre pelo Republicanos, deve retornar ao antigo cargo. Por ora, foi nomeado para um cargo de assessoria no gabinete do governador.
No PSB, já começaram as articulações para a participação em um projeto diferente do de Leite em 2022, com o ex-deputado Beto Albuquerque concorrendo a governador ou a senador. O PSB poderá se aliar ao PDT, apoiando a candidatura de Ciro Gomes a presidente, ou formar uma coligação com partidos menores.
Aliás
Apesar de ter assumido a Secretaria da Segurança Pública com a perspectiva de ficar apenas um ano, o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior deve seguir no cargo, para não colocar em risco os bons resultados obtidos até agora, na lógica de que não se mexe em time que está ganhando.
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