O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Durante a transmissão ao vivo em que anunciou os últimos integrantes do governo antes da posse, o novo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, anunciou que pedirá aos secretários a convocação de servidores da prefeitura que estão em trabalho remoto para que se apresentem ao trabalho nos próximos dias. O objetivo, segundo Melo, é para que os funcionários "conheçam quem é quem".
— Vocês (secretários) têm que analisar a questão do trabalho remoto. Nós estamos chegando na prefeitura onde não há nenhum funcionário trabalhando em nenhuma sala. Eu penso que, nesse primeiro momento, os secretários deveriam pedir que os funcionários se apresentassem, uns pela manhã, outros pela tarde, para que vocês conheçam quem é quem.
E emendou:
—Como vocês vão governar a secretaria de vocês, e eu o Paço Municipal, se funcionários não há? Será que todos devem ficar em casa ou será que devem ficar em casa aqueles que têm alguma comorbidade, aqueles que têm algum risco?
O novo prefeito exagerou ao dizer que não há servidores trabalhando presencialmente na prefeitura. Pelo decreto que atualmente regula as atividades a da administração pública, o regime de trabalho remoto deve ser adotado "quando possível e sem prejuízo ao serviço público".
Os únicos servidores que têm garantia plena de teletrabalho são integrantes do grupo de risco da covid-19 ou os servidores que testarem positivo ou que tenham convivido com alguém infectado. Funcionários como os de secretarias da Fazenda, do Planejamento e da Transparência trabalham em regime de rodízio. Na maior parte das repartições, o efetivo mínimo presencial é de 25%.
O teletrabalho também não abrange servidores de áreas essenciais das secretarias da Saúde e Segurança e dos departamentos de Limpeza Urbana (DMLU) e de Água e Esgoto (DMAE).
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