Está definido o calendário escolar de 2021 na rede estadual do Rio Grande do Sul. As aulas começam em 8 de março para os alunos do Ensino Fundamental 1 (1º ao 5º ano). No dia 11, voltam os alunos do 6º ao 9º ano, e, no dia 15, os do Ensino Médio e Técnico. As aulas serão presenciais, com ocupação de 50% das salas, o que exigirá de cada escola a elaboração de um plano de escalonamento
— Já perdemos tempo demais. Não podemos ficar mais tempo com as crianças em casa. Depois de 10 meses, muitos alunos estão desmotivados e precisamos recuperar o tempo perdido — diz o secretário estadual da Educação, Faisal Karam.
Os colégios têm até 31 de janeiro para encerrar o ano letivo de 2020. As escolas terão de encaminhar à Secretaria Estadual da Educação (Seduc) relatórios detalhados do conteúdo oferecido ao longo do ano, nas aulas em modo remoto e da situação dos alunos para que seja possível preparar um plano de recuperação, com foco em português e matemática:
— Temos de saber quantos alunos não tiveram aula ou não assimilaram os conteúdos para programar a volta em março e oferecer atendimento individual.
O governo contratou professores temporários e serviços terceirizados de limpeza para garantir a higienização adequada das escolas. Faisal garante que só faltarão professores e serventes se as escolas não pedirem. De acordo com o secretário, 98% das escolas já receberam os equipamentos de proteção individual e o material de higiene e limpeza, um investimento de R$ 16,5 milhões, em quantidade suficiente para os primeiros três meses do ano.
Durante o mês de fevereiro, todas as escolas permanecerão fechadas. A Seduc optou por dar férias coletivas aos professores e servidores, que retornarão no início de março para preparar a volta às aulas. Cada colégio definirá como dividir as turmas para que a ocupação das salas de aula seja de no máximo 50%. É possível que uma turma tenha aula presencial em uma semana e remota na outra ou que seja em dias alternados.
Encerradas as matrículas, o Estado contabiliza 103 mil novas inscrições de alunos, mas já começou a receber pedidos de desistência por parte de pais que migraram da rede privada, mas recuperaram o emprego e a renda e decidiram manter os filhos nas escolas de origem.
Os professores só serão dispensados das aulas presenciais se apresentarem atestado médico comprovando que têm alguma comorbidade para a covid-19. Faisal discorda do slogan “escolas fechadas, vidas preservadas” e diz que, com os protocolos adequados, as salas de aula não são focos de contaminação.
— As empresas voltaram ao trabalho, as praias estão lotadas, os hotéis estão lotados, por que só as escolas não poderiam funcionar? — questiona o secretário.
ALIÁS
Além da aprendizagem, um dos motivos para o Estado insistir na volta às aulas antes de ter a vacina é o aumento da violência doméstica contra crianças e idosos.