A possibilidade de assumir o mandato em 1º de janeiro sem ter escolhido o secretário da Saúde foi admitida nesta quinta-feira (17) pelo prefeito eleito Sebastião Melo. Não é uma certeza, mas a hipótese ganhou fôlego diante da dificuldade em escolher um titular para a área mais crítica do governo, diante da pandemia.
— Tem três áreas em que não podemos errar na escolha do secretário: Saúde, Educação e Fazenda. Estamos conversando com nomes altamente qualificados, mas, principalmente na Saúde, esbarramos no problema do salário.
Melo tem ouvido de potenciais candidatos do setor privado que, por maior que seja o desejo de colaborar com a cidade, têm um padrão de vida que não conseguem manter com o salário de secretário (R$ 12,9 mil mensais). Por isso, a tendência é que a escolha recaia em alguém que tenha vínculo com um órgão federal, como o Grupo Hospitalar Conceição, e possa ser cedido carregando o salário original.
Melo já pediu ao prefeito Nelson Marchezan que mantenha a equipe envolvida com o enfrentamento ao coronavírus, para evitar a descontinuidade do trabalho. A ideia original era manter os técnicos que trabalham com o secretário Pablo Stürmer, mas até o titular da secretaria poderá ser convidado a permanecer por um período e fazer a transição sem a pressão do tempo.
Nesta quinta, Melo conversou com o governador Eduardo Leite sobre temas de interesse do Estado e do município, com o combate à covid-19 no centro da conversa, e participou da reunião do gabinete de crise.
— Quero ter uma relação madura com o governador em todas as áreas. Nessa questão da covid, qualquer sinal trocado, nosso ou dele, quem perde é a população.
Melo formalizou a Leite o pedido — endossado por 25 entidades empresariais — para que Porto Alegre tenha uma bandeira própria e não precise seguir as mesmas regras de Viamão, Alvorada, Cachoeirinha e Gravataí, que fazem parte da mesma região.
Leite não deu uma resposta final. Desde que o modelo de distanciamento controlado foi adotado, o atual prefeito tentou, incontáveis vezes, convencer o governo estadual a autorizar Porto Alegre a ter suas próprias regras, levando em conta a capacidade de resposta. Nunca obteve sucesso e, em vários momentos, a relação entre Marchezan e Leite ficou tensa.
Nomes, só na próxima semana
Embora diga que já teria condições de anunciar os primeiros nomes do seu secretariado, o prefeito eleito diz que só deve fazê-lo no início da próxima semana. Melo não gostaria de anunciar secretários de áreas menos importantes sem ter definido pelo menos um dos três mais relevantes (Saúde, Educação e Fazenda).
Os perfis estão definidos, mas para fechar a equação é preciso que a pessoa escolhida aceite. Na Saúde, a ideia é não indicar um secretário ligado às corporações, porque a ideia é ampliar as parcerias iniciadas por Marchezan com instituições como a Santa Casa, o Divina Providência e o Hospital Vila Nova.
O futuro prefeito diz que tem uma posição mais liberal do que Marchezan em relação à pandemia. Por isso, vai analisar se há alguma atividade com mais restrições do que as previstas no decreto estadual. Se houver, a ideia é liberar.
Na Educação, a busca é por uma pessoa com profundo conhecimento da área, capacidade de diálogo e convicção de que é possível elevar a régua nas escolas municipais.
— Não quero alguém que aceite essa ideia errada de que criança de vila não aprende. Todo mundo consegue aprender, se for bem orientado, com ferramentas modernas.
Na Fazenda, o mais provável é que seja alguém do quadro da Secretaria Municipal da Fazenda ou do Estado.
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