Contrariando a expectativa de quem apostou na identificação ideológica entre PSDB e MDB, os tucanos decidiram ficar neutros no segundo turno da eleição em Porto Alegre. A decisão majoritária do partido acompanha o prefeito Nelson Marchezan, que na terça-feira (17) anunciou que não apoiaria nem Sebastião Melo (MDB) nem Manuela D’Ávila (PCdoB).
A avaliação dos tucanos é de que tanto Melo quanto Manuela atacaram demais a gestão de Marchezan em Porto Alegre e que, por isso, não há clima para fechar com um dos dois. Na decisão, pesou também o fato de os vereadores ligados aos dois candidatos terem votado pela abertura do processo de impeachment do prefeito, com o claro objetivo de tirá-lo da disputa ou, no mínimo, enfraquecê-lo como concorrente.
Na reunião, a maioria usou o argumento de que nenhuma das candidaturas reconhece publicamente as virtudes da atual gestão, como o saneamento das contas, as reformas e as obras entregues. Em nota, o partido informou que terá postura independente em relação ao novo governo na Câmara.
Na nota que divulgou na terça-feira, Marchezan escreveu que os projetos classificados para o segundo turno se opõem ao que seu governo implementou em Porto Alegre e que, por isso, cuidará apenas da gestão e da transição nos dias que faltam para o término do mandato.
Em razão do diagnóstico de covid-19 do prefeito, a reunião foi online e teve a participação dos integrantes da executiva, dos quatro vereadores eleitos e dos três primeiros suplentes.
Leia a nota do PSDB
A Executiva Municipal do PSDB Porto Alegre, afim de orientar seus filiados e simpatizantes neste segundo turno da eleição, esclarece que, em condições normais, seria natural o apoio político e partidário a uma das candidaturas que estão postas.
No entanto, a distância de visão de estado em relação a uma das propostas, e a profunda divergência com as condutas e com os meios que viabilizaram a outra candidatura escolhida pela população, o PSDB Municipal de Porto Alegre não definirá apoio a nenhum dos candidatos neste segundo turno, liberando sua militância para que faça a escolha de acordo com a consciência de cada um.
Esta é também, desde já, uma declaração de independência ao governo eleito, seja ele qual for, votando sempre em favor dos porto-alegrenses, ao contrário do que foi visto na maioria das vezes por outras bancadas, e defendendo a cidade e o legado tucano.
Porto Alegre, 18 de novembro de 2020.
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