Dois principais símbolos da polarização que tomou conta do país em 2018, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não se mostraram bons cabos eleitorais neste ano. Nas maiores capitais, candidatos apoiados por Bolsonaro e Lula, de um modo geral, naufragaram nas urnas ou tiveram resultados apenas sofríveis.
Em São Paulo, maior cidade do Brasil, Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) vão decidir a eleição. O candidato de Bolsonaro, Celso Russomanno (Republicanos) começou em primeiro lugar nas pesquisas e foi se desidratando até chegar em quarto lugar, com 10,5% dos votos.
Já o petista Jilmar Tatto, que investiu na imagem de Lula em sua propaganda, viu a esquerda se bandear para o lado de Boulos. O PT também se deu mal nas principais cidades do ABC paulista, onde Lula já foi rei e o partido colheu vitórias em sequência.
No Rio de Janeiro, o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que colou a imagem na de Bolsonaro, conseguiu se recuperar na reta final e, com a divisão dos votos da esquerda, passou para o segundo turno com cerca de 20% dos votos, mas terá uma parada difícil na disputa com Eduardo Paes (DEM), pelo alto índice de rejeição. A candidata do PT, Benedita da Silva, ficou em quarto lugar, atrás da delegada Marta Rocha (PDT).
Em Belo Horizonte e Curitiba, com os prefeitos Alexandre Kalil (PSD) e Rafael Greca (DEM) bem avaliados, não houve espaço para crescimento de lulistas e bolsonaristas e a eleição acabou em primeiro turno. O mesmo ocorreu em Salvador, onde o prefeito ACM Neto (DEM) conseguiu eleger o sucessor, Bruno Reis.
Embora tenha apoio formal do PT em Porto Alegre, Manuela não utilizou a imagem de Lula na campanha que a levou ao segundo turno. Em situação parecida, Capitão Wagner (PROS) foi elogiado publicamente por Bolsonaro, mas não reforçou a ligação com o presidente na campanha em Fortaleza.
Uma das poucas vitórias de Lula é a classificação de Marília Arraes (PT), que disputará o turno decisivo em Recife com João Campos (PSB).