Os funcionários demitidos do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) não irão se conformar com o caminho escolhido pela prefeitura de Porto Alegre, mas é preciso reconhecer o acerto de contratar instituições de credibilidade reconhecida para cuidar da atenção básica.
A experiência piloto mostrou que é possível ampliar o atendimento sem aumentar os custos, contratando instituições filantrópicas com reconhecida experiência de gestão. Santa Casa de Misericórdia, Hospital Vila Nova e Divina Providência têm essas credenciais
Ao optar pelo contrato com essas três instituições, o prefeito Nelson Marchezan vacinou a prefeitura contra possíveis desvios, comuns em outras cidades em que os serviços foram repassados a prestadores de outros Estados, sem experiência comprovada e sem uma biografia a conhecida.
— Escolhemos instituições que têm CNPJ a preservar, geridas por pessoas com CPF a zelar. Temos certeza de que o serviço será qualificado, sem gastar mais com isso.
O secretário municipal da Saúde, Pablo Stürmer, diz que não há hipótese de fraudar atendimentos para cobrar por uma falsa produtividade:
— Temos um sistema de fiscalização em tempo real que permite acompanhar os atendimentos. Os pacientes têm nome, sobrenome e prontuário.
Além de contratar os profissionais de saúde, as instituições ficarão responsáveis pela manutenção da estrutura física. Isso permitirá o ganho de escala, já que os contratados têm estruturas gerenciais profissionalizadas e estão acostumadas a trabalhar com metas.
Parte dos profissionais demitidos do Imesf já foi contratada pelos novos gestores das unidades de saúde. O prefeito diz que muitos não aceitaram porque "foram enganados pelos sindicatos com a ideia de que a extinção do Imesf poderia ser revertida, mas essa hipótese não existe, porque já transitou em julgado e nos restava cumprir a decisão".