O golpe na candidatura de Nelson Marchezan, que pela visibilidade do cargo seria favorito a disputar o segundo turno das eleições para prefeitura, praticamente zera o jogo em Porto Alegre. Sem favoritos, os pré-candidatos terão de correr atrás de alianças para ampliar o tempo de TV e engordar o orçamento da campanha com dinheiro do fundo eleitoral.
Aliados de Marchezan especulam que o prefeito teria uma chance de escapar do impeachment: desistir da candidatura à reeleição. Nesse caso, aumentariam as chances de os vereadores rejeitarem o afastamento, já que a votação se dará muito perto do fim do mandato. O que Marchezan ganharia com isso? Escaparia da inelegibilidade e poderia concorrer a deputado em 2022.
O prefeito descarta essa possibilidade. Diz que não fez nada de errado e vai disputar a reeleição, mesmo sabendo que o objetico dos adversários é tirá-lo do páreo, votando o impeachment em dois meses.
Enquanto a Câmara discutia seu destino, Marchezan passou a tarde reunido com o comitê de crise do coronavírus, mas não conseguiu evoluir no acordo com os empresários para a retomada da economia.
À coluna, o prefeito disse que está convencido de que pode ser punido mais pelos acertos do que pelos erros, já que desmanchou feudos, recusou-se a aceitar o loteamento de órgãos cobiçados pelos aliados e “tirou a prefeitura das páginas de polícia”.
Bingo
Parece piada, mas não é. Para sortear a a comissão processante que vai conduzir o processo de impeachment do prefeito Nelson Marchezan, a produção arranjou uma roleta de bingo. Cada vereador era uma bolinha. Os sorteados foram os pastores Hamilton Sosmaier (PTB), Alvoni Medina (Republicanos) e Ramiro Rosário (PSDB). Ainda não estão definidos os cargos de cada um.