Com a ajuda de uma intérprete chinesa que, de Wuhan, traduziu o diálogo, a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, participou nesta quarta-feira (29) de videoconferência com líderes comunitários, políticos e gestores de saúde da província de Hubei, primeiro foco de coronavírus no mundo. 

Dos interlocutores, a secretária ouviu a receita chinesa para combater o vírus: envolvimento da comunidade e respeito às normas de proteção, principalmente dos grupos de risco, acompanhadas de um isolamento social coletivo e de testagem dos sintomáticos.

Como Hubei é província irmã do Rio Grande do Sul desde 2001, visitada por dois governadores nos últimos anos (Germano Rigotto em 2004 e Tarso Genro em 2013), os líderes locais prometeram ajuda ao Estado. Uma nova reunião ficou marcada para os próximos dias.

 — Estou otimista de que vamos vencer o coronavírus, com ajuda de quem passou por essa mesma situação  — disse Arita depois da reunião, que teve até discurso de um líder político local, lido pela intérprete.

Em junho, o Rio Grande do Sul recebeu uma doação de 12 mil máscaras de Hubei (10  mil descartáveis e 2 mil do tipo N95, modelo mais utilizado por profissionais de saúde).

A secretária ficou encantada com a disposição dos chineses em mostrarem suas experiências. Arita entende que as medidas adotadas no Rio Grande do Sul não são muito diferentes das chinesas, embora Wuhan tenha feito um fechamento radical em janeiro, com a suspensão de voos e a proibição de viagens por qualquer meio de transporte.

A embaixada da China no Brasil valorizou o encontro virtual e publicou em seu perfil no Twitter um post sobre a reunião.

Respeitando os protocolos, como uso de máscara e álcool gel, Arita segue com agendas no gabinete no Centro Administrativo. No fim de semana passado, depois da confirmação de que o governador Eduardo Leite está com coronavírus, a secretária fez o teste, já que os dois tiveram vários encontros nos dias anteriores. O resultado foi negativo.

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