O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Entidades sindicais do Rio Grande do Sul divulgaram em redes sociais, no domingo (12), um vídeo em que seus integrantes criticam a proposta de redução salarial de funcionários públicos, defendida pelo governador Eduardo Leite em debate na GloboNews há cerca de duas semanas.
De acordo com o Piratini, Leite é favorável à redução temporária de salários para servidores que recebam vencimentos mais altos e a gravação apresenta a fala do governador de forma distorcida.
Durante participação ao vivo na emissora de notícias, em 27 de junho, o governador disse que todos os brasileiros estão sentindo os efeitos da crise econômica provocada pelo coronavírus e que não é razoável que haja "duas categorias de povo, os que estão no serviço público e os que não estão". Leite lembrou que ele e parte do secretariado reduziram o salário em 30% durante três meses.
— Não é razoável que haja uma categoria blindada dos efeitos desta crise. Acho que o Congresso Nacional precisa discutir, dentro das propostas de emenda constitucional que estão tramitando, de revisão de questões administravas em âmbito nacional, para que se viabilize a constitucionalidade desta redução salarial para os servidores públicos diante da frustração de receita e das crises violentas e sem precedentes que nós estamos vivendo — disse o governador, na ocasião.
No vídeo publicado neste domingo, assinado pela Frente dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul, diversos sindicalistas deram depoimento com críticas à posição do governador, reclamando da falta de reajustes nos últimos anos e do parcelamento de salários.
— Não bastasse Eduardo Leite ter tirado o direito dos trabalhadores, ainda tenta jogar a sociedade gaúcha contra os trabalhadores, os servidores estaduais, que são aqueles que estão lá na ponta prestando serviço sem nenhum privilégio — disse, em depoimento, a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer.
Em nota enviada à coluna, a assessoria do governador afirmou que Leite não atacou os servidores e que sua fala foi distorcida no vídeo.
"O que o governador comenta é que o povo brasileiro está sentindo de forma dramática os efeitos da crise provocada pela pandemia, com o fechamento de empresas, a perda de empregos e a queda na renda dos trabalhadores. E acrescenta que não podemos dividir o país em 'servidores públicos/resto da população', para que somente quem não é servidor público 'pague' a conta", diz trecho do comunicado.
Assista ao vídeo
Leia a nota do Piratini:
"Em momento algum o governador Eduardo Leite “atacou” os servidores.
O vídeo publicado pela entidade presta uma desinformação ao apresentar de forma distorcida a fala do governador.
O que o governador comenta é que o povo brasileiro está sentindo de forma dramática os efeitos da crise provocada pela pandemia, com o fechamento de empresas, a perda de empregos e a queda na renda dos trabalhadores. E acrescenta que não podemos dividir o país em “servidores públicos/resto da população”, para que somente quem não é servidor público “pague” a conta.
O governador se mostrou favorável à redução temporária de salários para servidores públicos que recebam vencimentos mais altos.
Por isso mesmo, para dar o exemplo, cortou em 30% o seu salário.
Na avaliação do governador, todos os brasileiros estão no mesmo barco. Não é razoável que haja uma categoria blindada dos efeitos dessa crise. O Congresso Nacional, na visão do governador, precisa ao menos debater nas propostas que estão tramitando na Casa a possibilidade de redução salarial diante da queda violenta de receitas dos Estados e do governo federal."