O plano de distanciamento controlado que começou a vigorar nesta segunda-feira (11) no Rio Grande do Sul e que poderá ser adotado em outros Estados terá de passar, antes de mais nada, pela prova da comunicação. Na largada, já foi possível perceber que empresários, secretários municipais, vereadores e até deputados têm dificuldade para entender os critérios usados pelo governo para a definição da cor das bandeiras que indicam maior ou menor restrição à atividade econômica.
Traduzir as planilhas para que a população entenda por que seu município tem bandeira vermelha, mesmo sem nenhum caso de coronavírus, é a tarefa mais urgente do governador e de sua equipe, já que o sucesso do plano depende dessa compreensão. Como se atribui pesos diferentes a cada um dos fatores considerados na equação que resulta na cor das bandeiras, os prefeitos, sobretudo os de municípios menores, estão confusos.
O uso da máscara é mais fácil de explicar e até de convencer a população, mas demanda tempo, porque se trata de uma mudança cultural. Além disso, as próprias autoridades sanitárias mudaram o entendimento. No início, o próprio Ministério da Saúde só recomendava o uso de máscara pelos profissionais de saúde e pelos pacientes. Soube-se depois que era uma forma de evitar que faltassem máscaras para quem está na linha de frente, mas a aquela orientação ficou na memória.
Em Passo Fundo, onde a máscara já era obrigatória antes do decreto do governador Eduardo Leite, o prefeito Luciano Azevedo diz que, hoje, nove em cada 10 pessoas estão usando o acessório de proteção.
O decreto de Leite praticamente não alterou a vida na cidade, que saiu da bandeira vermelha para a amarela. Azevedo explica a cautela:
— Ainda temos muitas perguntas e muitos detalhes a esclarecer. Não alteramos a maioria dos setores. Shoppings, academias e restaurantes continuam fechados. Vamos examinar durante a semana.
Aliás
O presidente da Famurs, Eduardo Freire, tem sido acionado por prefeitos em busca de informações sobre o plano, mas tranquiliza os colegas esclarecendo que, para a maioria dos municípios, são poucas as alterações .