O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
A executiva nacional do Democratas abriu um processo disciplinar contra o deputado estadual Thiago Duarte. O parlamentar também foi punido com uma advertência ante "condutas contrárias à orientação política e eleitoral do partido, bem como pela realização de campanha em prol de pré-candidato e agremiação partidária adversários".
A resolução com a punição a Duarte foi emitida nesta quinta-feira (21) e assinada pelo presidente nacional do partido, ACM Neto, que é prefeito de Salvador (BA).
Entre os motivos apontados pela executiva, está o apoio do deputado a pré-candidatos de outros partidos em municípios em que o DEM terá candidato a prefeito em 2020.
De acordo com uma pessoa ligada ao partido, um dos exemplos elencados é o de Caxias do Sul, onde o partido lançou a pré-candidatura do ex-deputado Vinicius Ribeiro e Thiago teria "alinhado ações" como pré-candidato do Patriota, Nelson D’Arrigo.
Procurado, o deputado relatou que foi advertido sem saber o que motivou a punição e que não teve o direito de se defender junto à executiva nacional.
— É o mais cabal sinal de perseguição política, uma condenação sem que eu soubesse do fato e sem ter a possibilidade do contraditório. Talvez o denunciante queira se beneficiar do meu mandato — disse Duarte.
Pelo estatuto do DEM, se algum mandatário for expulso por infidelidade partidária, o mandato será requisitado automaticamente pela sigla. Essa possibilidade, no entanto, já foi afastada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Atualmente, o primeiro suplente de Duarte na Assembleia Legislativa é o presidente estadual do partido, Rodrigo Lorenzoni.