Fundador do Partido Novo, João Amoêdo renunciou à presidência do diretório nacional no final da tarde desta quinta-feira (5). Será substituído pelo empresário Eduardo Ribeiro, integrante do diretório nacional, diretor executivo da Fundação Brasil Novo e ex-presidente do diretório estadual de Santa Catarina.
"Acredito que toda instituição, baseada em valores e ideias, como é o Novo, precisa de renovação nos seus comandos, para seguir amadurecendo e crescendo", disse Amoêdo em carta endereçada aos filiados.
Amoêdo, que em 2018 concorreu à Presidência da República e fez 2,6 milhões de votos (2,5% dos válidos), permanecerá na Fundação Brasil Novo, como membro do conselho curador e como filiado.
O sucessor é formado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal de Santa Catarina e tem toda a sua atuação profissional voltada ao setor de saúde.
Confira a íntegra da carta divulgada por Amoêdo:
"Após 10 anos dedicados à idealização, construção e administração do Novo, deixo hoje o diretório nacional do partido. Serei substituído, no cargo de presidente, por Eduardo Ribeiro, ex-presidente do diretório do Novo de Santa Catarina e atualmente integrante do diretório nacional.
Acredito que toda instituição, baseada em valores e ideias, como é o Novo, precisa de renovação nos seus comandos, para seguir amadurecendo e crescendo.
Em 2010, apesar da economia em alta e de nossas potencialidades como nação, não vislumbrava um futuro próspero para o nosso país. Tínhamos um Estado intervencionista, que cobrava altos impostos e devolvia péssimos serviços para a população. As oportunidades para a maioria eram poucas e os privilégios para poucos, eram muitos. Concluí que era preciso mudar o nosso modelo de Estado, e o único caminho seria pela política.
A partir daquele ano, decidi me dedicar, junto com um pequeno grupo, a criar uma plataforma política diferente, que atraísse novas lideranças e inovasse na forma de se fazer política. Era fundamental que esse projeto fosse baseado na criação de uma instituição que, com princípios e valores, invertesse a lógica em vigor na política tradicional. Os políticos dessa nova instituição deveriam ser pessoas admiradas pela população e, ao chegarem ao poder, ter como principal objetivo devolver o poder ao cidadão. Esse era o sonho. O legado que gostaríamos de deixar.
O trabalho, desde o início, se mostrou desafiador: a descrença da população com a política; a burocracia para a montagem de um partido; a associação e dependência de parte da nossa elite com status-quo e a falta de bons modelos foram alguns dos obstáculos enfrentados.
A história que se seguiu vocês já conhecem e fazem parte dela. Gostaria de agradecer por terem assumido esse árduo trabalho, saindo da indignação e partindo para a ação. Sempre acreditei que a frustração de não tentar seria maior do que a de não conseguir.
Com quatro anos e meio do nosso registro no TSE, somos ainda uma instituição jovem, mas que já apresenta resultados relevantes e serve como exemplo de boas práticas na política. Entretanto, somos e seremos continuamente testados e inúmeras vezes pressionados para utilizar atalhos e adotar procedimentos usuais da velha política. A separação entre a atuação política e a gestão partidária, uma das inovações do Novo, e a nossa visão de longo prazo, são os antídotos para isso.
Temos que lembrar sempre o nosso objetivo primordial: melhorar de forma sustentável a qualidade de vida do maior número de pessoas, o mais rápido possível. Manter a coerência, a humildade e fazer o certo fazem parte do DNA do Novo.
Deixo o diretório, mas continuarei atuando ativamente na vida política do país. Permanecerei na Fundação Brasil Novo, como membro do conselho curador, auxiliando as candidaturas que teremos e na defesa e divulgação dos nossos princípios e valores, contribuindo assim para o crescimento do partido.
Gostaria de finalizar essa mensagem agradecendo a cada um de vocês que participaram e tornaram o Novo uma realidade. Temos ainda um longo trabalho pela frente na construção de um país para ser admirado. Muito obrigado.
João Amoêdo"