Nada como um dia depois do outro. Quando o MDB estava à frente do governo, o Cpers tratava seus deputados como inimigos, reclamava da falta de diálogo com o governador José Ivo Sartori e relembrava a frase infeliz do então candidato, quando sugeriu que fossem buscar o piso na Tumelero, conhecida loja de materiais de construção.
Hoje o MDB participa do governo de Eduardo Leite, mas mudou de status na relação com o sindicato dos professores: agora o tratamento é de aliado, com aplausos para os que, como Edson Brum, criticam as propostas do tucano.
Nesta quarta-feira (15), tão logo Leite anunciou a nova tabela de subsídios proposta para o magistério, a presidente do Cpers, Helenir Schürer, foi recebida pela bancada do MDB. Dos oito deputados, participaram do encontro Brum, Gabriel Souza, Sebastião Melo e o líder, Fábio Branco. A reunião foi a portas fechadas, mas os risos e cumprimentos podiam ser ouvidos do corredor.
Na saída, Helenir disse que recebeu dos emedebistas o teor da nova proposta e que a diretoria do sindicato ainda analisaria a alteração, mas sustentou que o projeto precisa ser discutido por mais tempo antes da votação na convocação extraordinária.
— O MDB é um partido que tem nos recebido sempre que necessário. É uma pena que o Piratini não tenha a mesma disposição de diálogo e de ouvir — elogiou a presidente.
Branco, por sua vez, disse que a bancada ainda não tem posição sobre a nova proposta, mas que está trabalhando para que o partido feche questão em torno do texto – seja ela contra ou a favor.