Uma análise da evolução dos gastos com pessoal no Rio Grande do Sul nos últimos anos não deixa dúvida: os servidores da área de segurança pública tiveram os reajustes mais significativos entre todos os do Executivo. De 2007 a 2018, a inflação acumulada (IPCA) foi de 86,7%. No mesmo período, os gastos com a folha da segurança subiram 323,1%, com o magistério, 122% e com os demais servidores, 117,8%.
Esses números não são os do reajuste dado às diferentes categorias, mas os do crescimento dos gastos com pessoal. Contemplam, portanto, os aumentos salariais, os adicionais de tempo de serviço, as gratificações e a reposição de aposentados.
Como professores e servidores da segurança têm direito a aposentadoria especial, com menor tempo de contribuição, essas são as áreas que mais necessitam de reposição e as que concentram maior número de inativos em comparação com os ativos.
O gráfico mostra que os gastos com a folha da segurança deram um salto entre 2015 e 2018 graças aos reajustes aprovados no governo de Tarso Genro, pagos ao longo dos quatro anos da administração de José Ivo Sartori. A média foi de 79,9% em toda a secretaria.Na Brigada Militar chegou a 83,4% e na Polícia Civil, a 86,6%. O Instituto-Geral de Perícias teve 39,5% e a Susepe, 59,1%.
Apesar de terem conquistado reajustes melhores do que os colegas civis, os servidores da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros preparam um protesto para esta quinta-feira, na Praça da Matriz, com caravanas vindas do interior.
Brigadianos e bombeiros rejeitam as alíquotas de contribuição para a previdência, de 14% a 18%. Querem garantir a equiparação com os militares das Forças Armadas, que pagarão, no máximo, 10,5%.