O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Mesmo diante de uma plateia simpática ao pacote que o governador Eduardo Leite protocolou na Assembleia Legislativa, deputados da base aliada não se intimidaram e teceram críticas à iniciativa do governo durante reunião-almoço na Federasul, nesta quarta-feira (11). Embora todos tenham dito que apoiam as reformas, houve pedidos para que o Piratini mude o projeto que altera a carreira dos professores e cobranças para que ataque o “andar de cima”.
O discurso mais duro foi do deputado Edson Brum (MDB), que disse que o governo demorou demais para mandar os projetos para a Assembleia e não enfrentou os “grandões” do funcionalismo público no pacote. O emedebista defendeu o aumento das alíquotas previdenciárias para faixas salariais superiores aos R$ 30 mil.
— Não estão enfrentando os grandões, os marajás. Pior, estão aliviando para eles — exclamou Brum.
Outra aliada do Piratini, Any Ortiz (Cidadania) reforçou a necessidade de reduzir o impacto no projeto que muda o plano de carreira dos professores e apontou o dedo para os altos salários pagos na secretaria da Fazenda, por meio de gratificações por produtividade.
— Servidor inativo receber produtividade não dá. Viúva receber produtividade, não tem nem o que falar. Essas coisas têm impacto grande no orçamento e não foram enfrentadas — reclamou.
As reclamações ocorreram sob o olhar impassível do líder do governo, Frederico Antunes (PP), que, em seu pronunciamento, contemporizou as divergências, garantiu que haverá adequações nos projetos e disse confiar no conjunto dos deputados para aprovar as reformas.
Também discursaram na reunião almoço os deputados Elton Weber (PSB), Eric Lins (DEM), Mateus Wesp (PSDB) e Fábio Ostermann (Novo).