Depois da Federasul e da Fecomércio, que desde o início deram apoio integral ao pacote do governador Eduardo Leite, nesta segunda-feira (9) foi a vez da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) entrar no mutirão para tentar convencer os deputados a aprovarem as medidas. Entre as entidades, a Farsul é a única que ainda não tomou posição oficial.
O presidente da Fiergs, Gilberto Petry, encaminhou carta aos 55 deputados pedindo voto a favor do pacote. Depois de justificar a necessidade de aprovação, Petry apela: “O voto de V. Exa. será decisivo no encaminhamento da modernização do Estado ou de ficarmos sempre lamentando a falta de segurança, de acesso à educação de qualidade, e de mais serviços de saúde para toda a sociedade”.
No documento, a entidade lembra que coordenou a elaboração do Relatório Sayad, que há 30 anos já alertava para o risco da falência das finanças públicas estaduais. “Mas, ainda há possibilidade de recuperar pelo menos parte do tempo perdido”, reforça o presidente.
A carta é acompanhada de números já apresentados exaustivamente pelo governo. Destaca, por exemplo, que o Estado compromete 82% da receita líquida com gastos relacionados a pessoal e que, de 2010 a 2018, a inflação foi de 61%, a receita cresceu 81% e os gastos com servidores subiram 118%.
No entendimento da Fiergs, o conjunto de projetos ataca o problema do Estado em duas frentes. Na primeira, evita o crescimento vegetativo da folha ao alterar as carreiras e eliminar as vantagens temporais. Na segunda, reduz o déficit previdenciário aos instituir alíquotas diferenciadas para quem ganha mais.
Aliás
Empresários assustados com a proporção que a crise das finanças tomou lamentam ter sido omissos à época em que os deputados aprovavam, sem oposição, benefícios aos servidores incompatíveis com a capacidade do Estado de pagá-los