O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Deputados do movimento Livres, de cunho liberal, e integrantes da oposição ao governo de Jair Bolsonaro preparam representações no Conselho de Ética da Câmara pedindo a cassação do mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Em entrevista publicada nesta quinta-feira (31), o parlamentar disse que “se a esquerda brasileira radicalizar", uma resposta poderia ser "via um novo AI-5". Nas representações, os deputados alegarão que as declarações do filho do presidente quebram o decoro parlamentar .
“Democratas e amantes da liberdade não podem assistir calados à defesa explícita da barbárie, do autoritarismo e da quebra institucional. Todas as instituições democráticas precisam reagir com vigor”, disse o Livres, em nota.
O deputado Marcelo Freixo, do PSOL, pregou "a união de defensores da democracia e da liberdade, de todos os espectros políticos".
"A apologia do filho do presidente ao AI-5, que significa o fechamento do Congresso e a perseguição de opositores, é um crime contra a Constituição e as instituições democráticas", escreveu Freixo, no Twitter.
O AI-5 mencionado por Eduardo é o Ato Institucional nº 5, editado durante o regime militar, em 1968, que promoveu cassações, suspensão de direitos políticos, demissões e aposentadorias compulsórias.
Depois de aberto, o processo de cassação precisa ser aprovado pelo Conselho de Ética e ainda passa pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ir à plenário.