Está caminhando para as mãos dos deputados do PDT a possibilidade de impedir a distribuição de R$ 55 milhões em emendas para os deputados estaduais no orçamento de 2020.
Com boa parte dos partidos se posicionando contra a iniciativa, os trabalhistas, que fazem oposição ao governo Eduardo Leite na Assembleia Legislativa, se tornaram o fiel da balança na aceitação ou não dos recursos para os parlamentares. Na reunião da bancada realizada nesta terça-feira (17), os pedetistas não chegaram a um acordo e transferiram a decisão para a próxima terça (24).
Também nesta terça, a bancada do PSB, formada por três deputados, afirmou considerar a proposta "inoportuna", conforme orientação da executiva estadual do partido.
— Entendemos que o momento é inoportuno para tratar desse assunto. O governo deverias usar esses R$ 55 milhões na saúde, em convênios e cirurgias — defendeu o líder da bancada, Elton Weber.
Como MBD, PT, PSL, Novo e PSOL já haviam manifestado posição contrária ao mecanismo, chegam a 25 os deputados que rejeitam a iniciativa do governo. Se os quatro do PDT se juntarem ao grupo, a conta chega a 29, o que seria suficiente para suplantar a ideia.
Desde que a possibilidade de apresentar emendas foi apresentada, o MDB, maior sigla da base governista, articula para retirar o mecanismo do texto da Lei Orçamentária. Nos últimos dias, o movimento recebeu reforço de deputados de outros partidos.
Para isso, uma emenda supressiva deveria ser apresentada na Comissão de Finanças e aprovada por maioria em plenário.
Na avaliação de um experiente deputado da base, o fato de a maioria das bancadas ter sido pega de surpresa com o anúncio não desceu bem entre os colegas.
— O erro do governo foi não conversar antes com os deputados – sintetiza o parlamentar.
No dia em que a ideia foi apresentada pelo Piratini, a deputada Juliana Brizola, líder do PDT, fez críticas à iniciativa do governo, mas evitou emitir posição em nome dos colegas.