Das 800 mil vagas que serão abertas em todo o Brasil para treinamento de jovens beneficiados por programas sociais que não estudam nem trabalham, conhecidos como “nem-nem”, o Rio Grande do Sul terá entre 40 mil e 45 mil.
O convênio, no valor global de R$ 2,3 milhões, entre o Ministério da Cidadania e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi assinado no final de julho. Parceria semelhante será firmada entre o ministério e outras instituições do chamado Sistema S (Sesc Senac, Senar, Sebrae e Senat).
Como é preciso formatar um programa atrativo, para reduzir as chances de evasão, a maioria dos alunos só deve começar a estudar em 2020. O superintendente regional do Sesi-RS, Juliano Colombo, adianta que serão elaborados projetos-piloto para testar o que melhor funciona. Em princípio, devem ser oferecidos cursos de cem horas de português e matemática e 200 horas de qualificação profissional.
— Será uma grande oportunidade para o governo nos olhar com outros olhos. Há muito desconhecimento em relação ao que fazemos no Brasil — opina Colombo.
O superintendente do Sesi-RS diz que, mais do que fornecer um certificado de capacitação, o importante é garantir que os jovens aprendam e tenham condições de disputar uma vaga no mercado de trabalho.
No momento, está sendo feito o mapeamento das redes do Sesi e do Senai em todo o país, para identificar as estruturas que poderão ser utilizadas no programa. A responsabilidade pela captação dos alunos será do Ministério da Cidadania, em conjunto com as prefeituras.
Por conhecer o trabalho realizado pelo Sistema S na qualificação profissional e na educação de filhos de trabalhadores, o ministro Osmar Terra virou uma espécie de padrinho dessas organizações, ameaçadas de corte no orçamento pela tesoura do colega Paulo Guedes.