Será apenas após a aprovação da reforma da Previdência no Senado que o governo do Estado deverá encaminhar à Assembleia Legislativa proposta para modificar a aposentadoria do funcionalismo gaúcho. O texto final a ser promulgado em Brasília será o balizador para o projeto a ser apresentado pelo governador Eduardo Leite.
Antes de a matéria ser enviada aos deputados, o chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, garante que o projeto será discutido com entidades sindicais. Como o Senado deverá votar o segundo turno da PEC até a primeira quinzena de outubro, a proposta gaúcha passará a tramitar no Legislativo entre o fim de outubro e novembro.
O calendário seria revisto e a apresentação pode ser até antecipada caso a votação da reforma no Congresso atrase. Na avaliação dos integrantes da equipe do Leite, as mudanças são necessárias e urgentes e, por isso, pleiteavam a inclusão de Estados e municípios no projeto do governo federal. Esse aspecto foi retirado após pressão política na Câmara dos Deputados.
Até a apresentação da reforma na Assembleia, o Piratini conta com a venda das ações do Banrisul para pelo menos amenizar o atraso no pagamento dos salários de servidores do Executivo. Suspensa pela Justiça, a transação poderia render R$ 2,5 bilhões (quase duas folhas mensais do Executivo) aos cofres públicos. Assim, provavelmente voltando a pagar em dia, o governo prevê a diminuição da resistência do funcionalismo às mudanças na Previdência e nas vantagens e promoções previstas em lei.
A impaciência de servidores diante do atraso cada vez maior no pagamento da folha contrasta com a percepção de governistas, convictos de que o funcionalismo entendeu a gravidade da crise, situação irremediável sem uma grande reforma.
Depois de aderir ao regime de recuperação e de conseguir eventual aprovação das mudanças na Assembleia, o governo espera estar com contas equilibradas em 2021, mesmo com a redução das alíquotas do ICMS prevista para janeiro daquele ano.