Prejudicadas pela chuva no Rio Grande do Sul, as manifestações em defesa da educação reuniram milhares de pessoas Brasil afora. Embora não tenham conseguido repetir o sucesso dos protestos de 15 de maio em cidades como Porto Alegre, mostraram que os estudantes e professores estão mobilizados e que conseguiram aglutinar os opositores do governo de Jair Bolsonaro.
Às faixas e cartazes contra os cortes de verbas para a educação somaram-se a manifestações de repúdio à reforma da Previdência. Em frente à igreja da Candelária (foto), no Rio, os manifestantes incluíram protestos pelo assassinato da vereadora Marielle Franco.
Com declarações polêmicas ou francamente desastradas, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, acabou fornecendo combustível aos protestos e ressuscitou o movimento estudantil. Bolsonaro já havia dado sua contribuição ao chamar de “idiotas úteis” os estudantes que participam de protestos.
O Ministério da Educação divulgou nota afirmando que professores, servidores, funcionários, alunos e até mesmo pais e responsáveis não estão autorizados a divulgar e estimular protestos durante o horário escolar. O ministro recomendou que pais e estudantes que se sentirem coagidos a participar das manifestações formalizem denúncia. O MEC recebeu 41 reclamações ao longo do dia, número insignificante diante do tamanho das manifestações.
Weintraub age como se os universitários fossem crianças incapazes de tomar decisões.
A participação de milhares de pessoas em protestos contra o governo não significa que a greve geral marcada para 14 de junho será o sucesso imaginado pelos sindicalistas. Em tempo de desemprego elevado, a tendência é a paralisação ficar restrita ao setor público.