Pela primeira vez desde que começaram os atrasos de salários, em julho de 2015, os servidores do Executivo vão dormir sem saber o que o Estado vai pagar no último dia do mês. Como o governador Eduardo Leite e o secretário da Fazenda, Marco Aurélio Cardoso, passaram o dia em São Paulo, esta quarta-feira (30) terminou sem informação sobre o valor da primeira faixa a ser paga. O certo é que o parcelamento vai continuar.
De São Paulo, onde passou o dia em reuniões, Leite disse ao programa Gaúcha Atualidade que uma faixa será depositada nesta quinta-feira (31), mas não especificou de quanto seria. Disse que o valor dependia do que fosse arrecadado.
O governo marcou uma entrevista coletiva para as 10h desta quinta-feira, quando será detalhada a situação das contas, o impacto de medidas como o sequestro de dinheiro para o pagamento de precatórios e o calendário de quitação dos salários de janeiro.
– O que nós queremos apresentar à população, aos servidores, é uma previsibilidade no pagamento dos salários, dentro das condições do Estado, que oscilam, inclusive com fatos como o da promessa do sequestro de valores de precatórios por parte do Tribunal de Justiça. Temos uma série de condicionantes no cumprimento do calendário de pagamentos que foge ao controle do próprio Estado.
A promessa do governo é dar previsibilidade aos servidores públicos, mas ao longo de toda a quarta-feira persistiu a incerteza, já que ninguém tinha ideia de quem vai receber no primeiro dia.
O que se sabe é que só deve amanhecer nas contas dos servidores a primeira das 12 parcelas do 13º salário de 2018. O valor a ser pago no primeiro grupo será conhecido apenas na entrevista e o depósito feito até o fim da manhã. Não deve ser muito diferente do que o governo anterior vinha pagando. No final de dezembro, foram pagos no primeiro dia os salários de quem ganha até R$ 2 mil líquidos. A folha foi quitada em 15 de janeiro.
Em tese, janeiro não é dos meses mais críticos em matéria de receita, já que, além do ICMS, entram valores significativos do IPVA. O problema é que, em dezembro, o governo de José Ivo Sartori antecipou parte do ICMS que só deveria entrar em janeiro.