Apesar de ter dito reiteradas vezes que a Secretaria da Educação não entraria na negociação com os partidos, o governador eleito Eduardo Leite ofereceu essa pasta ao PDT, de olho nos quatro votos que o partido terá na Assembleia a partir de 2019. A oferta, feita na segunda-feira (10), foi confirmada à coluna pelo presidente do PDT, Pompeo de Mattos. Leite disse que, de fato, convidou o PDT a entrar no governo e perguntou qual das pastas interessaria ao partido.
_ Como a educação é uma bandeira do PDT, estou aberto a aceitar uma indicação deles, desde que seja um nome com as habilidades exigidas para o cargo. O perfil esperado é de alguém inovador e que tenha capacidade de gestão e de articulação política. De qualquer forma, teremos o apoio técnico de especialistas como Cláudia Costin, que já se dispôs a nos ajudar.
O mais estranho no convite ao PDT é que está aberto um processo de seleção pela Agenda Brasil do Futuro para escolha dos secretários da Educação e da Saúde. Embora não haja compromisso do governador eleito de escolher o indicado, oito candidatos serão entrevistados na sexta-feira (14) para a Educação e quatro para a Saúde.
Leite diz que uma coisa não exclui a outra:
_ Em vez de seleção, prefiro chamar de busca ativa. Queremos ter um leque de opções para escolher a melhor. Não sou obrigado a aceitar a indicação do PDT, se a pessoa não preencher os requisitos necessários.
O PDT ainda não decidiu se fará parte do governo Leite e deve discutir o assunto com a bancada da Assembleia e com a executiva na próxima quinta-feira (13). No partido, não há um candidato natural para ocupar a Secretaria do Educação. Entre os deputados estaduais, o único que tem comprovada capacidade de gestão é o deputado Eduardo Loureiro, citado na reunião como uma opção. Na hipótese de Loureiro virar secretário, assume na Assembleia o suplente Airton Artus, ex-prefeito de Venâncio Aires.
Leite costuma dizer que não tem nada contra políticos, desde que tenham conhecimento técnico da área que vão ocupar. Um interlocutor do governador eleito disse que "é preciso montar uma base sólida na Assembleia" e que uma das diferenças do novo governo é que não haverá "porteira fechada". Isso significa que se um político assumir o cargo, um técnico será o secretário adjunto.
No governo Sartori, o PDT assumiu a Secretaria da Educação de 2015 a 2017, indicando Vieira da Cunha como titular e, depois, Luis Alcoba. A relação do PDT com o governo chegou ao fim quando o partido decidiu deixar a base de Sartori, há um ano e meio. O PDT também ocupou a Secretaria da Educação no governo de Germano Rigotto, com José Fortunati.
Entre o primeiro e o segundo turno da eleição, o diretório da sigla no Rio Grande do Sul decidiu que faria oposição aos candidatos finalistas Leite e José Ivo Sartori, independente de quem ganhasse a disputa.