A Executiva do PDT se reuniu na tarde dessa segunda-feira (1º) em Porto Alegre para discutir a postura do partido em relação ao governo do Estado na próxima legislatura. O encontro foi pautado por uma reunião que ocorreu mais cedo, entre os presidentes nacional da sigla, Carlos Lupi, e estadual, Pompeo de Mattos, e o governador eleito José Ivo Sartori.
O quarto integrante do encontro foi Vieira da Cunha, candidato derrotado ao governo do Estado e, segundo integrantes da sigla, o primeiro convidado da legenda por Sartori para integrar o secretariado. Ele assumiria a Secretaria da Educação. Além dessa pasta, o futuro chefe do Executivo teria oferecido outras duas ao partido. Carlos Lupi já cogita como deverá ser feita a divisão entre os pedetistas.
"A minha tese é que tenha um (deputado) estadual, um (deputado) federal e o Vieira que já representa a instituição como candidato", diz.
Na reunião, a maioria da Executiva defendeu a entrada do PDT no governo Sartori. As vozes dissonantes foram do senador eleito Lasier Martins, do deputado Afonso Motta e do ex-governador Alceu Collares, que defendem a independência. Eles saíram antes do final do encontro. O presidente estadual da sigla, Pompeo de Mattos, foi cauteloso ao falar sobre a proposta de José Ivo Sartori e até da posição da legenda. Ele fala que a decisão final caberá os membros do Diretório do partido, que irão apreciar a proposta consolidada.
"Ao final e ao cabo dessa negociação que nós vamos fazer com o governo, nós vamos submeter a proposta final de inserção ao governo ao Diretório Estadual do PDT. Isso deve ocorrer no início da segunda quinzena de dezembro", relata.
O Diretório é composto por 200 integrantes titulares e 100 suplentes. A decisão será validada com maioria simples, isto é, a metade mais um.
Mais espaço
Pompeo de Mattos deixou claro que os espaços ocupados pelo PDT não podem ser menores do que os que a sigla ocupava pelo partido durante o governo de Tarso Genro, quando a legenda era responsável pelas pastas da Saúde, com Ciro Simoni; Municípios, com Afonso Motta; e pelo Esporte, com Kalil Sehbe.
Atualmente, a base aliada do futuro governador conta com 26 deputados eleitos. Como o PDT terá oito cadeiras na Assembleia Legislativa a partir de 2015, a base poderia aumentar para 34 parlamentares, maioria folgada na Casa.
"Não sou candidato".
O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, foi o primeiro a deixar a reunião. Ele disse que se sente impedido de opinar nesta questão por ter uma relação próxima com o PMDB na prefeitura, já que seu vice é o peemedebista Sebastião Melo, e por ter boa relação com José Ivo Sartori. Perguntado o que o partido tem que fazer para pavimentar seu caminho para o Piratini em 2018, ele foi claro.
"Meu compromisso com a prefeitura de Porto Alegre vai até 31 de dezembro de 2016. Até lá, não falo disso". No entanto, o chefe do Executivo da Capital não descartou a possibilidade de concorrer ao governo do Estado nas próximas eleições.