A frase do título não é original. Foi usada em campanhas anteriores da Justiça Eleitoral e do Ministério Público – e encampada pela Ordem dos Advogados do Brasil – para pregar o voto consciente. A mensagem não poderia ser mais atual.
A campanha que se inicia nesta quinta-feira (16) encontra pelo menos um terço dos eleitores desmotivados, pensando em terceirizar a escolha de presidente, governador, senador, deputado estadual e federal. Terceirizar, sim, porque é isso que faz o cidadão que vota em branco, anula o voto ou viaja no dia da eleição imaginando que, se omitindo, está fazendo a sua parte.
O ex-governador Alceu Collares cunhou uma frase que dá título ao poema que até hoje, às vésperas de completar 91 anos, gosta de declamar: “O voto é tua única arma”. Para que essa arma seja bem utilizada é preciso que o eleitor conheça os candidatos, estude a biografia, avalie suas propostas, separe a bravata do que tem fundamento. Preste atenção em qual é o projeto de país ou de Estado que seu candidato oferece.
No caso dos candidatos a governador e presidente, convém prestar atenção no entorno, para ver qual é o time que estará com seu candidato tomando decisões que afetarão as vidas de vencedores e vencidos. Há que se avaliar, também, a capacidade de formar maioria no Legislativo, porque nenhuma reforma ou projeto relevante será implementado sem o aval do parlamento. Melhor formar um governo de coalizão do que ter de negociar projeto a projeto no varejo, trocando votos por cargos, liberação de emendas e pequenos favores.
No primeiro dia de campanha, os eleitores do Rio Grande do Sul terão nesta quinta-feira (16), a partir das 8h15min, na Rádio Gaúcha e GaúchaZH, uma oportunidade singular de conhecer o pensamento e as propostas dos sete candidatos a governador. Será o primeiro confronto após o registro das candidaturas e passará pelos temas cruciais para o presente e o futuro de um Estado rico, mas que está com as finanças públicas em colapso.
Desconfie das soluções fáceis e das promessas que não vêm acompanhadas do modo de fazer. Tenha em conta que quem for eleito em outubro vai governar um Estado que não cabe nas receitas e cujas despesas são, na maior parte, irredutíveis. Para piorar o quadro, mas mágicas usadas nos últimos anos para cobrir o déficit se esgotaram.
Além de não estar pagando a dívida, amparado em liminar do STF, o atual governo lançou mão de receitas extraordinárias que o próximo não terá. A saber: R$ 1 bilhão da venda da folha de pagamento para o Banrisul, R$ 1 bilhão do aumento dos saques dos depósitos judiciais para até 95% do saldo, duas antecipações de pagamentos da General Motors.
O governo anterior financiou o déficit usando R$ 7,5 bilhões (em valores atualizados)dos depósitos judiciais. Outros venderam patrimônio, buscaram socorro em Brasília e tomaram empréstimos. Poucos tomaram medidas para atacar os problemas estruturais. Dizer que vontade política resolve será mentir para o eleitor. O Rio Grande do Sul exige mais.illatem