Desde 2005, a cena se repete: os principais líderes do PDT se reúnem em torno do túmulo do ex-governador Leonel Brizola, em São Borja, com rosas vermelhas nas mãos, para lembrar o aniversário de sua morte. Nesta quinta-feira (21), o ato contou com o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, e sua mulher, Gisele Bezerra, que chamou a atenção dos pedetistas pela beleza e pela simpatia.
No afã de elogiar o candidato, o presidente do PDT, Carlos Lupi, disse que Ciro está “cada vez mais parecido com Brizola, inclusive fisicamente”.
Os trabalhistas não conseguem identificar a semelhança física, mas preferem destacar o ponto de conexão que consideram mais importante na comparação das biografias: a defesa da educação como caminho para o Brasil se desenvolver. Os resultados obtidos pelos alunos do Ceará em todos os testes de proficiência animam os herdeiros de sangue, como a deputada Juliana Brizola, e os discípulos do ex-governador.
Lupi usa a semelhança com Brizola para justificar o pragmatismo de Ciro na aproximação com partidos de direita, como o DEM e o PP: para chegar ao poder, o PDT precisa conquistar o eleitorado conservador que ainda procura de uma alternativa.
O que Ciro está fazendo não é inédito. Em 1986, Brizola empurrou o PDT para uma aliança inimaginável com o PDS, primeiro nome do atual Progressistas e descendente da velha Arena. A coligação, que tinha Aldo Pinto como candidato a governador e Nelson Marchezan (PDS) concorrendo ao Senado, foi um estrondoso fracasso.