A despeito da pré-candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à Presidência da República e até mesmo das conversas da direção nacional da legenda com Ciro Gomes (PDT), o diretório gaúcho do Democratas não pretende abrir mão de fazer campanha para Jair Bolsonaro (PSL).
De acordo com o presidente do partido no Estado, deputado Onyx Lorenzoni, em setembro do ano passado ele comunicou à executiva nacional sua disposição de apoiar o ex-capitão do Exército.
— Eles respeitam minha posição e o próprio Rodrigo Maia já salientou isso nas vezes que esteve visitando o Rio Grande do Sul — diz Onyx.
Na semana passada, o DEM formalizou aliança em torno da candidatura de Luis Carlos Heinze (PP) ao governo do Estado. A união pode levar Heinze a abrir o palanque a Bolsonaro no Estado. Não houve compromisso prévio do PP, mas a legenda já adianta que pode muito bem abraçar a campanha de mais de um presidenciável. Por enquanto, os progressistas conversam com Álvaro Dias (Pode) e Flávio Rocha (PRB). Uma ala menor prefere Geraldo Alckmin (PSDB). A definição ocorrerá na convenção do partido, em 4 de agosto.
A exemplo do DEM, a direção nacional do PP também flerta com Ciro Gomes (PDT). Onyx e Heinze, porém, refutam qualquer parceria com o pedetista. Onyx prevê que uma eventual aliança com Ciro jamais seria aprovada em convenção.
— Tenho conversado com os parlamentares e dirigentes. Apoio a Ciro é viagem. Chance zero de passar — afirma.
No Rio Grande do Sul, o DEM está unido em torno de Bolsonaro. Onyx diz que respeita as pretensões de Rodrigo Maia, mas que não há como recuar no apoio ao candidato do PSL, para quem já trabalha na elaboração do plano de governo e na costura de alianças. O deputado, que sempre defendeu candidatura própria do DEM à Presidência, afirma que pretende pedir à direção da legenda que formalize a autonomia dos diretórios estaduais.
— O melhor candidato para o futuro do DEM é Jair Bolsonaro — pontua o deputado, para quem o partido pode crescer com um ex-egresso de suas fileiras ocupando o principal gabinete do Planalto.