Caso dê certo uma manobra do governo estadual, a votação dos projetos do regime de recuperação fiscal pode ser antecipada para esta sexta-feira (22). A ideia anterior era chamar os deputados na última semana do ano, após o fim do ano legislativo, por uma convocação do governador José Ivo Sartori.
O líder do governo, Gabriel Souza (PMDB), reuniu assinaturas para que uma sessão extraordinária seja convocada pela Assembleia, em vez de ser chamada pelo Executivo. A diferença entre as duas formas está no tempo de concessão do pedido: se for aprovada pelos parlamentares na quinta-feira (21), a extraordinária ocorre na sexta-feira (22), último dia antes do recesso. Se fosse convocada pelo governador, a votação ocorreria apenas no fim da outra semana devido aos prazos regimentais.
Conforme acordo entre os deputados, vão ir à votação na sessão extraordinária o projeto de adesão ao regime de recuperação fiscal, que passará a trancar a pauta ainda na sexta-feira, e três projetos da área da segurança pública. Para que o Rio Grande do Sul assine o acordo, as contrapartidas exigidas pela União devem ser aprovadas pelos deputados. As PECs que retiram da Constituição a necessidade de plebiscito para a privatização de CEEE, Sulgás e CRM não serão apreciadas na sexta. A tendência é de que o Piratini deixe a apreciação desses textos para outra sessão extraordinária a ser convocada ou na próxima semana, antes do ano-novo, ou no final de janeiro.
O governo deseja aderir ao socorro federal para ter a possibilidade de contratar empréstimo (impedido devido à Lei de Responsabilidade Fiscal) e deixar de pagar a parcela da dívida com a União por três anos.