Disposto a concorrer ao Senado, o ex-prefeito José Fortunati fixou a data de 16 de dezembro como limite para uma definição por parte do PDT. No dia 30 de outubro, Fortunati formalizou em carta ao partido o seu desejo de disputar a eleição e sugeriu que na convenção do dia 16 de dezembro, que vai escolher a nova direção partidária, seja definido também o candidato ao Senado. Até agora, não recebeu resposta.
– A resposta foi um silêncio obsequioso – diz o ex-prefeito, sem esconder o desconforto com as especulações sobre um processo de fritura de seu nome.
Por uma pessoa ligada ao presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, Fortunati ficou sabendo que, pelas costas dele, discute-se a possibilidade de lançar Romildo Bolzan como candidato ao Senado, se o Grêmio vencer a Libertadores. Em caso de insucesso do Grêmio, o candidato seria o ex-deputado Vieira da Cunha. Em qualquer circunstância, a outra vaga, assim como a de vice, deverá ser oferecida a um partido aliado.
Fortunati sugere que quem quiser disputar se apresente para que a convenção escolha o pré-candidato. Como pretendente à cadeira, ele gostaria de estar percorrendo o Estado, como faz o ex-prefeito Jairo Jorge, já escolhido pelo PDT para concorrer a governador.
Jairo Jorge considera legítima a pretensão de Fortunati, que tem seu apoio para concorrer a senador:
– O Romildo é um excelente quadro, mas já nos disse que tem compromisso com o Grêmio.
Jairo Jorge cita Vieira da Cunha como outro nome com credenciais para disputar uma das vagas ao Senado. Na outra, ele gostaria de ver Beto Albuquerque (PSB).
Se levar uma rasteira do PDT, como levou do PT quando foi preterido na escolha do candidato a prefeito, em favor de Tarso Genro, Fortunati pode fazer o que fez em 2002: trocar de partido. À época, o então vereador foi para o PDT com a promessa de concorrer ao Piratini, mas o ex-governador Leonel Brizola retirou o apoio e a candidatura morreu na casca.
Hoje, convites não faltam. Principal líder da Rede, a senadora Marina Silva convidou o ex-prefeito a filiar-se ao partido em que já milita sua mulher, a deputada Regina Becker. Fortunati também foi convidado por PR, PTB, PRB e PSB.
Aliás
Não é de hoje que as relações de José Fortunati com o PDT vão mal. Em 2016, depois de um período licenciado do partido, ele preferiu apoiar Sebastião Melo (PMDB) a dar aval à candidatura de Vieira da Cunha.
Barriga de aluguel
Diante das especulações sobre a possível ida de Jair Bolsonaro para o PR, o presidente estadual, Giovani Cherini, economiza nas palavras:
– Como é apenas uma especulação, prefiro não comentar. De um lado, ele é uma pessoa que divide. Por outro, poderia ajudar o PR a eleger uma bancada de 60, 70 deputados.
Traduzindo: o cálculo do PR é de perdas e ganhos com a possível filiação.