Cinco dias após o depoimento de Antonio Palocci ao juiz Sergio Moro, a executiva estadual do Partido dos Trabalhadores divulgou nota nesta segunda-feira (11) apoiando a expulsão dele da legenda. Assinado pelo presidente Pepe Vargas, o texto afirma que a pemanência de Palocci é "incompatível com o compromisso que se espera de um partido de esquerda. E considera inadiável o esforço do PT, neste quadro, em reafirmar, em todos os aspectos, seu compromisso com os trabalhadores".
A nota diz ainda que as declarações do médico a Moro, na quarta-feira passada, são "contraditórias com sua primeira manifestação" e que as afirmativas "não tem comprovação".
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Na semana passada, a coluna adiantou que o depoimento e as novas denúncias contra o ex-presidente Lula, segundo integrantes do diretório gaúcho, não afetam as discussões em relação ao candidato ao governo do Estado em 2018.
Em depoimento realizado em Curitiba, Palocci detalhou a relação dos governos Lula e Dilma com a Odebrecht. Segundo ele, "foi uma relação bastante intensa, bastante movida a vantagens, a propinas pagas pela Odebrecht para agentes públicos, em forma de doação de campanha, de benefícios pessoais, em forma de caixa 1 e caixa 2". O petista foi ministro da Fazenda no governo Lula e chefe da Casa Civil na gestão de Dilma Rousseff.
Leia nota completa:
"A declaração de Antônio Palocci, após mais de um ano de prisão, é contraditória com sua primeira manifestação. Sua declaração somente é possível num momento de violação do estado democrático de direito e à democracia como valor máximo. Após ameçar grandes bancos e uma grande empresa de comunicação do país, o mesmo opta por atacar o PT, suas lideranças e seus governos com o objetivo que parece óbvio, colaborar com a tentativa de criminalizão do PT e da sua maior liderança, sem provas, com base apenas nas convicções de Deltan Dallagnol e Sérgio Moro, evidenciando a partidarização de setores do aparelho judicial.
Suas afirmativas não tem comprovação, a declaração apenas contribui e aprofunda o estado de exceção instalando no país. Este estado de exceção é a verdadeira base de sustentação das contra reformas que estão destruindo os direitos sociais, trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores e jovens brasileiros.
Ao tentar uma colaboração premiada Palloci não só abdica de defender seus atos como admite que cometeu ilícitos. Assim a Executiva Estadual do PT do RS considera a sua permanência no PT incompatível com o compromisso que se espera de um partido de esquerda. E Considera inadiável o esforço do PT, neste quadro, em reafirmar, em todos os aspectos, seu copromisso com os trabalhadores".