Na maratona de entrevistas que deu nos últimos dias para fazer um balanço de 2015, o governador José Ivo Sartori deixou claro que convém não esperar muito de 2016. Não haverá grandes investimentos em infraestrutura, porque o Estado não tem dinheiro e porque as concessões, aposta do governo para driblar a crise, ainda precisam vencer um longo e tortuoso caminho burocrático.
Mesmo que tenha prometido lançar os primeiros editais nos próximos meses, é praticamente impossível que alguma obra de vulto comece até o final do ano. Antes de anunciar quais são os trechos que o governo pretende repassar à iniciativa privada, com cobrança de pedágio, naturalmente, Sartori quer ver aprovado na Assembleia o projeto que altera a lei das concessões.
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A alegação é de que, com as regras atuais, será impossível atrair investidores. Além disso, o Estado não teria como elaborar propostas acabadas de cada trecho para apresentar aos deputados junto com o pedido de autorização para a concessão. O modelo escolhido é de Solicitação da Manifestação de Interesse, pelo qual o governo lança o edital apenas com as diretrizes gerais e as empresas interessadas montam um plano a ser licitado.
Sartori justificou a demora no encaminhamento do projeto, que só foi apresentado na convocação extraordinária da Assembleia, com o argumento de que era preciso estudar os modelos adotados em outros Estados e até em outros países e fechar todas as brechas para impedir a corrupção no processo.
Em relação às estradas administradas pelo Daer, a notícia não é boa: o máximo com que o governador se compromete é com uma operação tapa-buracos e com a retomada das obras de duplicação da ERS-118, entre Viamão e Sapucaia.
Em todas as entrevistas, Sartori foi questionado sobre a segurança, área que mais preocupa os gaúchos, e não quis se comprometer com a nomeação de mais policiais. Reiterou que, se não tem dinheiro para pagar a folha atual, não pode ficar criando novas despesas, mas deixou em aberto a possibilidade de chamar parte dos já aprovados em concursos para Brigada Militar, Polícia Civil e Susepe.