A FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGO (FIC) inaugura no próximo dia 18 duas exposições que dão início a uma nova etapa em sua programação – que sofreu um baque forte com o corte de orçamento e a diminuição de equipe e de horário de funcionamento a partir de meados do ano passado. Buscando dialogar com outras manifestações para além das artes visuais, as mostras NO DRAMA e DEPOIS DO FIM vão se desdobrar em atividades que envolvem áreas como música, cinema, literatura, dança e teatro.
NO DRAMA apresentará uma faceta pouco conhecida da obra de Iberê Camargo (1914 – 1994): a relação do pintor com a dramaturgia. A exibição foi pensada pelo curador Eduardo Haesbaert, artista plástico que conviveu com o mestre como assistente no final de sua vida. Entre as obras da expo há estudos de boca de cena e figurinos para o balé Rudá, peça de Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) jamais executada pelo compositor em vida, painéis pintados em fórmica sobre a versão de João Simões Lopes Neto (1865 – 1916) para a lenda Salamanca do Jarau, e guaches inspirados nas peças O Homem com a Flor na Boca, de Luigi Pirandello (1867 – 1936), e As Criadas, de Jean Genet (1910 – 1986).
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Primeira curadoria de Bernardo José Souza à frente da programação cultural da FIC como seu diretor artístico, Depois do Fim toma como premissa a ideia de apocalipse para refletir sobre a produção simbólica e material da humanidade ao longo dos tempos. A ideia é que os trabalhos selecionados investiguem nossa relação com a natureza, a ficção, o passado e o futuro.
– A contemporaneidade carrega em si a potência de um futuro nebuloso, disforme, e é justamente essa plasticidade que esse projeto procura estudar – explica o curador.