Na semana do aniversário de SIR GEORGE MARTIN – o inglês completou 90 anos no domingo –, a Contracapa preparou uma compilação com alguns dos momentos mais importantes do mítico produtor durante a parceria com os BEATLES. Responsável por grandes momentos da carreira dos Fab Four, selecionamos sete grandes contribuições do "quinto beatle" para a história do quarteto e da música.
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Olha aí:
1- Em 1962, Brian Epstein, empresário da banda – então formada por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Pete Best –, arranjou um encontro com Martin, que comandava a Parlophone, gravadora ligada à EMI. Ao ouvir a gravação dos guris, o produtor fez uns reparos – parece que ele não tinha achado o grupo lá muito genial – e perguntou o que eles não gostavam. A resposta de Harrison ficou famosa:
– Bem, para começar, eu não gosto da sua gravata.
O comentário quebrou o gelo e Martin decidiu que gostava dos espirituosos cabeludos de Liverpool. Eles acabaram assinando um contrato.
2- O tal contrato, no entanto, não incluía Pete Best. Como os outros três já estavam pensando em demitir o batera, a palavra de Martin decidiu a situação. Foi aí que Ringo Starr entrou na jogada – escolhido pelos músicos, não convenceu o produtor logo de cara. Quem tocou bateria na gravação de Please Please Me foi Andy White, e Ringo ficava com os shows – no álbum, ele chegou a tocar pandeireta. Só mais tarde é que o ex-Rory Storm and the Hurricanes ficou com o posto definitivamente.
3- George Martin é o autor das partituras orquestrais dos filmes Os Reis do Iê-iê-iê (1964) e Submarino Amarelo (1968).
4- O produtor fez o arranjo do octeto de cordas que está no fundo da música Eleanor Rigby, além da partitura de Penny Lane. É dele também a sugestão de adicionar um quarteto de cordas a Yesterday, a música mais tocada da história.
5- Martin era o responsável também por viabilizar as ideias dos Beatles na criação das harmonias – como os sons circenses de Being for the Benefit of Mr. Kite! e a parte orquestral de A Day in the Life. Fundamental para tornar possível toda a aura do disco Sargeant Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967), o produtor teve uma baita responsabilidade em deixar o clássico Strawberry Fields Forever o que conhecemos hoje: o cara juntou duas versões criadas por Lennon – em uma época em que toda a função era analógica, isso significava juntar dois takes diferentes em apenas uma fita, manualmente, com tesoura e tudo.
6- Mas Martin não viveu só de acertos: segundo o próprio, um dos seus maiores erros foi lançar Strawberry Fields Forever e Penny Lane no mesmo compacto. Isso porque a prática na época era não colocar em LPs o que já tivesse virado single, o que deixou as duas músicas de fora do álbum Sgt. Pepper's. Ambas as canções foram incluídas no disco Magical Mystery Tour (1967).
7- Em Let It Be, o clima pesou e Martin produziu apenas parte do álbum, que foi finalizado por Phil Spector. Algum tempo depois, o produtor recebeu uma ligação de Macca pedindo para ele produzir o próximo álbum dos Beatles, Abbey Road. A condição imposta por Martin era que os músicos "se comportassem" – o que parece que aconteceu, para a sorte de todos nós. O disco foi lançado em setembro de 1969 – e foi o último gravado pela maior banda de rock de todos os tempos.