Israel ampliou muito o seu raio de ação nas últimas 48 horas, ampliando as operações militares para além do Líbano e da Faixa de Gaza. Os ataques aos portos de Ras Isa e de Hodeida, utilizado pelos houthis no Iêmen, consolida três frentes de guerra: contra o Hezbollah, contra o Hamas, em Gaza, e contra o grupo extremista que tem disparado foguetes contra navios no Mar Vermelho e fronteira sul israelense. Não é exagero dizer que a guerra total já se faz presente. Talvez o único elemento que falte para um conflito de grandes proporções é a reação iraniana, prometida mas que, até agora, ainda não ocorreu nessa fase da guerra.
Israel eliminou uma a uma as cabeças mais importantes dos grupos terroristas Hamas, Ismail Haniyeh, e Hezbollah, Hassan Nasrallah. A mais desejada das cartas do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu agora passa a ser o aiatolá Ali Khamenei, o líder espiritual do regime teocrático iraniano, herdeiro de Khomeini. O religioso, inspirador de movimentos xiitas, no grande arco fundamentalista islâmico do Oriente Médio, foi escondido em um bunker em Teerã.
Trata-se da maior demonstração de força de Israel nas últimas décadas: nem no conflito de 2006, contra a milícia libanesa, foi assim.
Obviamente, a reação dos grupos extremistas é esperada — e, por isso, Israel está em alerta no céu, no mar e nas ruas das principais cidades. A guerra ganha proporções inimagináveis justamente na semana do feriado do Ano-Novo judaico, quando, em 2023, o país foi violado pela ação do Hamas. Os próximos dias indicarão os rumos do conflito: as organizações extremistas tiveram líderes eliminados, mas ainda dispõem de força de combate. A resposta do Irã e da Síria são incógnitas. Mas linhas vermelhas foram superadas. O Oriente Médio não voltará a ser como antes.
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