Infelizmente, a questão não é se, mas quando irá ocorrer o ataque do Irã a Israel em retaliação à morte da mente política do grupo terrorista Hamas Ismail Haniyeh. O mundo espera para breve. Os Estados Unidos para esta semana.
Israel não assume a ação que matou o arquiteto intelectual do terror, alguém que pode ser comparado facilmente a Osama bin Laden embora menos conhecido. Mas todas as impressões digitais de uma ação de inteligência israelenses estão lá - como na caçada aos algozes da Olimpíada de Munique, em 1972, eliminados um a um.
As promessas de retaliação devido ao ataque em solo iraniano, um dia depois da posse do novo presidente, Masoud Pezeshkian, poderiam soar como bravata. Mas, desde a chuva de drones que os aiatolás fizeram cair sobre Israel, em abril, ameaças passaram a ser críveis. Uma fronteira foi ultrapassada ali. E o resultado da ação iraniana só não foi pior graças ao eficiente sistema de defesa israelense.
Nas últimas horas, o Irã rejeitou os apelos do Ocidente para que não responda. Israel está em alerta máximo. Muitos voos no aeroporto Ben Gurion, por exemplo, foram cancelados. A ameaça, no entanto, pode vir por ar, como os drones de abril, mas também por terra. O Irã tem braços muito eficazes em ações terroristas, em geral mais mortíferas e furtivas, como o Hamas, o Hezbollah e os houthis, do que uma ação convencional, com uso de capacidades militares.
Sintoma da preocupação é o fato de Estados Unidos concentrarem na região um grosso contingente militar, não visto nem após os ataques de 7 de outubro do ano passado. Além do USS Roosevelt, porta-aviões equipado com 60 aeronaves de ataque, e de uma força-tarefa anfíbia de três navios, o USS Wasp, o USS Oak Hill e o USS New York, outro grupo de ataque, liderado pelo USS Abraham Lincoln, um dos maiores navios de guerra do mundo, foi deslocado para a região. Ainda, o submarino nuclear USS Georgia, armado com mísseis de cruzeiro, está a caminho. Nenhuma força naval que detém submarinos desse tipo costuma anunciar seu deslocamento: a característica dessa embarcação é, justamente, a surpresa. Por isso, ao anunciar, os americanos, de forma dissuasória, estão dando um recado: não ousem atacar Israel.