O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Um grupo de representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) esteve nos últimos três dias no Rio Grande do Sul. A visita teve o objetivo de avaliar as ações do próprio órgão no Estado em relação à enchente e observar impactos da chuva no deslocamento da população.
O Acnur está presente no Estado desde o início da tragédia, prestando auxílio. Entre as ações, além de doação de 55 toneladas de itens higiene, colchões e outros produtos não perecíveis, o órgão cedeu 208 unidades habitacionais de emergência e está prestando apoio na montagem das unidades nos Centros Humanitários de Acolhimento.
Conforme o representante no Brasil, Davide Torzilli, o RS está vivendo um cenário já visto em outros locais, com o deslocamento em massa de pessoas devido ao eventos climáticos extremos.
— É um fenômeno global. Teremos cada vez mais e mais desastres, com mais severidades, e as mudanças climáticas estão impactando nesse deslocamento das pessoas e afetando duas vezes mais os refugiados — afirmou à coluna.
Um balanço recente do Acnur aponta que 43 mil refugiados de diferentes nacionalidades vivem atualmente no Estado.
Entre as ações que podem ser colocadas em prática nas moradias futuras, na avaliação de Torzilli, está o fato de se evitar áreas de maior risco.
— O RS é um Estado desenvolvido, com capacidade de reagir e enfrentar impactos da enchente. Agora, é necessário aprimorar as respostas futuras — pontuou.
Também integrou a comitiva o especialista global sobre deslocamento e ação climática do Acnur, Andrew Harper. Na manhã desta segunda-feira (24), eles se reuniram com o governador Eduardo Leite e representantes da prefeitura de Porto Alegre. Os dois seguiram para Pelotas, onde encerram a agenda.