Mais um caso no qual é possível fazer alguma analogia com o que vivemos no Brasil, no governo Jair Bolsonaro, e, nos Estados Unidos, com Donald Trump. Lá, como aqui, o presidente levantava suspeitas sobre o processo eleitoral. No caso de Trump, ele dizia que as urnas eletrônicas teriam sido hackeadas e programadas para "trocar votos", dando-s a seu adversário, Joe Biden, nas eleições de 2020.
A Fox News, emissora de TV alinhada a Trump e aos republicanos, comprou essa versão e difundiu em diferentes espaços essa desinformação.
Passada a eleição, a empresa que fabrica os equipamentos, a canadense Dominion Voting Systems, entrou com uma ação contra a Fox News, alegando que as informações mentirosas causaram danos à empresa, aos funcionários e aos clientes.
Agora, na Justiça, a emissora aceitou fechar um acordo para evitar levar o processo adiante. O valor do acordo: US$ 787,5 milhões.
A emissora e o próprio Robert Murdoch, o dono da empresa, admitiram que a Fox News havia promovido "falsa narrativa" de que a eleição presidencial de 2020 fora fraudada.
Saiu barato: a empresa fabricante das urnas pedia inicialmente US$ 1,6 bilhão.
A história é longa e até uma produtora Abby Grossberg chegou a admitir que ter sido coagida a mentir pelos advogados da emissora de Murdoch.