Treze dias depois do ataque que deixou quatro crianças mortas e outras cinco feridas, o Centro Educacional Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), o presidente Lula fará uma reunião com os chefes dos três Poderes, governadores, e representantes de prefeitos e municípios.
O tema chegou para ficar e não se pode dizer que é tarde demais para o encontro que tem o objetivo de discutir políticas de segurança, de prevenção e enfrentamento à violência nas escolas e fora delas. Mas poderia ter sido antes. Já no café da manhã com os jornalistas, no Planalto, no dia 6, Lula disse estar consternado com o ataque em Santa Catarina, mas não houve reunião do tipo no feriado da Sexta-feira Santa, no final de semana nem na segunda-feira, data dos cem dias. Depois, veio a viagem à China e aos Emirados Árabes Unidos. O presidente retornou no domingo (16), e só nesta terça abriu espaço para o debate. Enquanto isso, as ações acabaram ficando dos ministros que permaneceram no Brasil, como Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, e Camilo Santana, da Educação.
O Ministério da Educação (MEC) tem trabalhado em um programa de proteção que envolve um pacote de investimentos, uma série de recomendações, que serão alinhavadas nesta segunda (17). Há pressão para entregra rápida de soluções. Com Dino tem ficado mais a pressão sobre as big techs, que administram redes sociais por meio das quais correm soltos discursos de ódio, e sobre ações da Polícia Federal (PF). Entre as medidas já anunciadas estão ampliação do trabalho de inteligência da PF na identificação de ameaças, liberação de R$ 150 milhões para apoio às rondas escolares e a portaria para responsabilizar as plataformas digitais pela veiculação de conteúdos com apologia à violência nas escolas.
O governador Eduardo Leite estará em Brasília para participar da reunião no Planalto. Também participam os presidentes do Congresso, Rodrigo Pacheco, da Câmara, Arthur Lira, do Supremo, Rosa Weber, o procurador-geral da República, Augusto Aras, outros governadores, e os representantes da Associação Brasileira de Municípios, da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Mobilização de autoridades semelhante só houve, no atual mandato, depois dos ataques aos Poderes da República, em 9 de janeiro.