Cabe maior atenção do governo federal com a situação de milhares de produtores rurais que enfrentam a estiagem no Rio Grande do Sul.
O governador Eduardo Leite, que está em Brasília, voltará ao Rio Grande do Sul sem ter conseguido se encontrar com o presidente Lula. Nem mesmo com algum ministro.
A presidência cancelou na última hora, na terça-feira (28), uma audiência no Planalto, que estava confirmada para as 18h desta quarta-feira (1º).
Como a viagem já estava marcada, Leite decidiu manter o voo. Na capital federal, a assessoria do governador solicitou uma audiência com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Mas também não foi aceita. O Planalto ofereceu, então, um encontro com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, mas, no fim, nenhum dois pode ter a reunião por questões de agenda.
O governador foi recebido nesta quarta-feira (1º) pelo secretário de Assuntos Federativos, André Ceciliano, a quem entregou um ofício com propostas de ação conjunta para o enfrentamento da estiagem. São 14 ações com valor estimado total de R$ 1,6 bilhão. Entre as iniciativas estão desde aquisição de reservatórios flexíveis de água potável (R$ 1 milhão) até implantação de cisternas comunitárias e para reservação de água para famílias de rurais de baixa renda (R$415 milhões). Há ainda construção de canais de distribuição das barragens de Jaguari e de Taquarembó (R$ 400 milhões), entre outras. O governador solicitou ainda a inclusão do Rio Grande do Sul entre os Estados beneficiados no âmbito da portaria interministerial 01/2012, que dispõe sobre a realização de ações complementares de apoio á atividade de distribuição de água potável às populações atingidas por estiagem e seca, denominada Operação Carro-Pipa.
Na terça-feira (28), Leite havia afirmado que, embora o governo federal tenha feito um movimento importante, com o anúncio de recursos de R$ 430 milhões para amenizar os efeitos da estiagem, ainda é necessário avançar em ações concretas para os custos extraordinários que Estados, municípios e produtores têm com a seca.
- São produtores que terão dificuldades para arcar com os seus compromissos em função da frustração das suas lavouras que portanto precisam de prorrogação de financiamentos e até de anistia de algumas dúvidas, em especial aos agricultores familiares - afirmou.