Até quando o governo Lula irá silenciar sobre as denúncias envolvendo o ministro das Comunicações, Juscelino Filho? A cada semana, surge uma nova acusação. Segundo investigação do jornal O Estado de S. Paulo, em 26 de janeiro, já no cargo, o ministro teria deixado Brasília com destino a São Paulo em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e teria recebido R$ 3 mil em diárias para ir a evento de cavalos de raça.
Outra: ao se candidatar à reeleição como deputado federal pelo União Brasil, no ano passado, teria ocultado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) patrimônio de R$ 2,2 milhões em animais Quarto de Milha adquiridos em leilões (e que estariam no nome de uma irmã e de um ex-assessor).
As duas denúncias desta semana somam-se ao fato já revelado pelo jornal que, como parlamentar, Juscelino teria usado recursos do orçamento secreto para asfaltar uma estrada que corta fazendas da família em Vitorino Freire, no Maranhão.
Nesses dois meses de governo, completados nesta quarta-feira (1º), o ministro nunca foi recebido por Lula em privado no Planalto. Sem experiência na área, Juscelino foi indicado pelo União Brasil para uma das pastas mais importantes da Esplanada, com orçamento de R$ 3 bilhões.
Incomoda aliados o fato de os dois ministros da legenda (que ganharam pastas em troca de apoio no Congresso) sejam alvo de suspeitas. Daniela Carneiro, do Turismo, foi acusada de envolvimento com milicianos logo na primeira semana de janeiro.
Na campanha, Lula garantiu, diversas vezes, que não toleraria corrupção. Pelas promessas e pelo passado recente, espera-se que haja uma ação exemplar - ou, no mínimo, algumas palavras.