É impressionante, ao se olhar no mapa, o tamanho da área atingida pelo terremoto desta segunda-feira (6) e suas réplicas. O epicentro foi na região de Gaziantep, na fronteira entre Turquia e Síria. Logo, ali se produziram as maiores destruições e mortes. Mas o tremor foi sentido em pelo menos outros sete países - Iraque, Jordânia, Chipre, Irã, Israel, Armênia e Geórgia, de forma bem mais leves.
Mas por que os terremotos são tão frequentes nessa área do planeta? A Turquia está localizada em uma encruzilhada sísmica, ou seja seu território fica espremido entre três placas tectônicas - a da Eurásia, ao Norte, e a da África e da Arábia, ao Sul. É uma região geologicamente ativa. Existem três movimentos de placas tectônicas: as que se afastam, as que se aproximam e as que friccionam entre si. Esse choque das placas comprime essa região.
A Turquia fica "em cima" de duas falhas - a de Anatólia Norte e a Anatólia Oeste.
A Síria, também atingida pelos movimentos tectônicos, é um país muito pobre e aturdido por guerras. Cidades como Hama e Aleppo, que se tornaram conhecidas nos últimos anos pela tragédia da guerra civil, estão na rota desses tremores. A infraestrutura já precária nesse país contribui para o aumento do número de mortes. Não há uma ação efetiva da defesa civil para salvar as pessoas dos desmoronamentos.
Em termos de atividade sísmica, essa região só perde para o Círculo do Fogo do pacífico - que compreende a parte leste de Oceania e Ásia e Costa oeste do continente americano. Nessa área gigantesca, no entanto, há países muito preparados para terremotos, como a Nova Zelândia, o Japão, os Estados Unidos e o Chile. Não é o caso de nações empobrecidas, como a Síria. A pobreza, a fragilidade das estruturas e a alta densidade populacional acabam aprofundando os desastres.
Essas falhas na região do Oriente Médio já provocaram outras tragédias na região: em 1988, na Armênia, um terremoto de 6,9 graus na Escala Richter matou 20 mil pessoas. Em 1939, um tremor da mesma magnitude do desta segunda-feira, de 7,8 graus, matou 33 mil pessoas em Erzincan. Em Izmir, em 1999, 17 mil pessoas forreram em nova tragédia.