Desde a entrada, as dependências do Congresso estavam nesta quarta-feira (1º) tomadas por propaganda política - quase como as que estamos acostumados a ver pelas ruas em tempos de eleição.
Cartazes pela reeleição do deputado Arthur Lira (PP-AL) eram maioria. Ao lado, havia banners da deputada Maria do Rosário (PT-RS) e do colega Luciano Bivar (União Brasil-PE) para a mesa diretora.
Para quem viu o plenário da Câmara vandalizado em 8 de janeiro, as cenas de ontem, durante a posse dos 513 novos deputados, traziam algum conforto. No lugar da sujeira deixada pelos radicais na mesa, havia girassóis e outras flores a ornamentar o recinto. Cadeiras, que os extremistas tentaram destruir, estavam ontem ocupadas por crianças, pais, mães e outros familiares dos parlamentares eleitos.
A ministra Sônia Guajajara, que tomou posse como deputada eleita, foi uma das mais procuradas pela imprensa, diante da tragédia yanomami em Roraima. Ao lado de Célia Xakriabá (PSOL-MG), que também foi empossada, ela disse que espera uma "forte articulação" entre sua pasta dos Povos Indígenas e o Congresso.
- Eu vou estar no ministério e ela vai estar aqui, mas a gente vai somr essa força - disse.
As duas seguravam cartazes com a inscrição "Fora Garimpo".
Seis anos e meio após ser cassado, preso e acusado de corrupção, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha voltou ao plenário da Casa. Dessa vez, como convidado. Ele acompanhava a filha, Danielle Cunha (União Brasil-RJ), eleita em outubro e empossada nesta quarta-feira (1º).
Enquanto no Salão Verde da Câmara, cabines de votação com cortinas pretas guardavam as urnas eletrônicas - sensíveis ao toque - para o voto dos deputados que elegeriam o presidente da Casa, no Senado o voto do o comando da Casa era no papel, depositado em uma urna de madeira. Ambos processos secretos.