Acompanhado da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja e por pelo menos cinco ministros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca neste domingo (22) em uma Buenos Aires mais suja, pobre e triste. No chamado "microcentro", local onde ficará hospedado, há muito lixo acumulado ao lado de contêineres e pelas calçadas. Há também grande número de moradores de rua.
Sintoma da precarização da economia é o serviço de transporte por aplicativo na capital argentina. Para o transporte entre o Aeroparque e o hotel, na Praça San Martín, três motoristas entraram em contato, por mensagem, com o colunista após ter a viagem confirmada. Perguntavam se o pagamento seria em espécie - peso ou real. Diante da negativa, rejeitaram a viagem.
Mais: não aceitavam efetuavam o cancelamento, para não perderem pontos. Um deles chegou a intimidar o usuário, ordenando que cancelasse a viagem. Os restaurantes de Puerto Madero eram outra mostra dos problemas econômicos: havia poucos clientes ao meio-dia de domingo.
A pobreza na Argentina atinge 43,1% da população. Cerca de 8,1% vivem em estado de indigência. Os dados são do Observatório da Dívida Social da Universidad Católica Autónoma.
Uma das raras alegrias dos argentinos no país no qual a inflação chegou a 94% em 2022 é vestir a camisa azul e branca da Seleção campeã do mundo, com preferência para o número 10, de Messi, às costas. Mais de um mês depois do Mundial, é possível ver dezenas de crianças com o uniforme na Feira de San Telmo.