A crise entre Estados Unidos e Rússia por causa da Ucrânia escalou um nível nesta quarta-feira (26), com a declaração do presidente americano, Joe Biden, prometendo sanções pessoais ao colega russo, Vladimir Putin, em caso de invasão do país europeu.
Ao responder a perguntas de repórteres, sobre se pessoalmente o presidente russo poderia sofrer sanções em caso de ocupação da Ucrânia, Biden disse:
- Sim.
Ele acrescentou que uma eventual invasão da Ucrânia, que a Casa Branca já indicou como iminente, teria "enormes consequências no mundo". Seria, segundo ele, "a maior invasão desde a Segunda Guerra Mundial".
A fala completa foi:
- Haverá consequências enormes se Putin decidir ir e invadir o país inteiro, como é possível. Ou fazendo menos do que isso também. Não só para a Rússia, com consequências econômicas e políticas, mas também haverá enormes consequências no mundo inteiro. Se Putin invadir com todas aquelas tropas, essa será a maior invasão desde a Segunda Guerra Mundial e vai mudar o mundo.
Há certo exagero nas palavras de Biden. Os próprios EUA levaram a cabo ocupações militares, como no Afeganistão e no Iraque, a partir do 11 de setembro de 2001. São motivações diferentes, mas, com relação à violação de soberania de um país, trata-se de ações semelhantes.
Biden e Putin têm divergências desde antes da posse do americano, em 20 de janeiro de 2021. Logo após a posse, em entrevista à ABC News, quando perguntado pelo entrevistador se Putin era um assassino, Biden respondeu:
- Eu penso.
O americano também descreveu Putin como alguém que não tem alma, e disse que ele pagará um preço por uma suposta intromissão da Rússia nas eleições presidenciais de 2020, algo que o Kremlin nega.
Putin respondeu horas depois:
- Como ele (Biden) disse, nós nos conhecemos pessoalmente. O que eu responderia a ele? Eu diria: desejo a você saúde. Digo isso sem ironia ou piada.
Pouco antes, o porta-voz do Kremlin havia afirmado que os comentários de Biden mostraram que ele "não tem interesse em consertar a relação com Moscou".