Para vacinar seus 60 milhões de habitantes a partir desta terça-feira (8), dia em que a humanidade começará a vencer o coronavírus, o Reino Unido colocará em curso a maior operação logística desde a Segunda Guerra Mundial.
"Um produto de alta prioridade", assim está sendo tratada a substância da Pfizer/BioNtech, que está sendo levada da Bélgica para o país, que está pensando em contratar voos não comerciais para o deslocamento, além do uso, se necessário, das forças armadas.
O Reino Unido é formado por Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte. Só na Inglaterra, são 50 hospitais que servirão de centro de vacinação. Os demais territórios se articulam para também vacinar a partir desta terça-feira.
Além dos desafios logísticos de manter a vacina a uma temperatura de - 70ºC, há o temor de que picuinhas políticas possam atrapalhar. A vacina chega no momento em que o Reino Unido e a União Europeia (UE) retomam as negociações para que se alcance um acordo comercial pós-Brexit.
A vacina é fabricada na Bélgica, sede da União Europeia, e deve ser deslocada até o Reino Unido, país que deixou o bloco econômico no processo conhecido como Brexit. Nesta segunda-feira (7), o ministro das Relações Exteriores britânico, James Cleverly, afirmou que a vacina é um produto tão importante — provavelmente o mais importante neste momento — que o país quer garantir a substância "de qualquer maneira".
Além da garantia de refrigeração adequada, cada frasco com a substância é inspecionada para garantir que cheguem da Bélgica em perfeitas condições. Há dados de rastreamento nas caixas, que contêm cada uma cinco embalagens e 975 doses.
Como afirmou o diretor médico do NHS, o serviço público de saúde britânico, a vacina é o começo do fim da pandemia, mas sua distribuição é como "uma maratona".