Aleksandr Lukachenko foi reeleito no domingo (9) presidente de Belarus, com 80% dos votos, colocando fim às esperanças da oposição de chegar ao poder. Belarus, antiga república da URSS, é conhecida como a última ditadura da Europa porque…
1 ...não há alternância de poder. Lukachenko está na presidência há 26 anos, desde que o país teve origem a partir do esfacelamento da URSS. A nação tem uma tradição autocrática herdada dos tempos soviéticos.
2 ... ele venceu eleições livres em 1994, mas, desde o pleito seguinte, observadores internacionais têm denunciado fraudes no processo. Desta vez, a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OCDE) não esteve presente para fiscalizar a votação, pela primeira vez desde 2001, porque não foi convidada. Os resultados das últimas quatro eleições não foram reconhecidos como equitativos pela entidade.
3 ... não há pesquisas eleitorais confiáveis, apenas enquetes online e um instituto estatal que, de antemão, já previa a vitória de Lukashenko por 70% dos votos.
4 ... falta liberdade de imprensa. No ranking da Freedom House, feito com base em liberdades civis e políticas, o país recebeu nota 19, sendo 1 os mais autocráticos e 100 os mais democráticos. O Brasil, por exemplo, é classificado como “livre”, com nota 75.
Os países nórdicos (Finlândia, Suécia e Noruega) registram cem pontos. A internet é censurada em Belarus.
5 ... há prisão de opositores. Belarus tem um dos sistemas de controle e repressão mais rigorosos do mundo. Um dos políticos mais conhecidos é Siarhei Tikhanovski, blogueiro e ativista. Ele foi preso e impedido de se candidatar. Sua mulher, Svetlana, assumiu o lugar. Virou símbolo de mudança, mas perdeu devido à máquina eleitoral viciada do regime. Os protestos após a eleição foram reprimidos. Mais de 3 mil pessoas foram detidas. É o único país da Europa onde a pena de morte está prevista em lei. E tortura é prática corrente em investigações.