Um dos principais líderes políticos que desprezavam a gravidade da covid-19, Alexander Lukashenko foi infectado pelo coronavírus. Ele governa com mão de ferro Belarus, ou Bielorrússia, como preferem alguns, país do Leste Europeu, na antiga república integrante da URSS.
Na capital, Minsk, ele afirmou que contraiu o vírus, mas que não sentiu sintomas da doença.
- Hoje, vocês estão conhecendo um homem que sobreviveu ao coronavírus de pé. Isso é o que os médicos concluíram. Assintomático - disse.
Lukashenko, dinossauro dos tempos soviéticos, quando comandava fazendas coletivas, está no poder desde 1994 em Belarus. Durante a pandemia, minimizou a doença, considerando o temor uma "psicose" coletiva. Também sugeriu beber vodca - ou lavar as mãos com a bebida - como forma de prevenção. Afirmou que ninguém morreria no país devido ao coronavírus, mas de comorbidades, como doenças do coração e diabetes ( o país registrou 543 óbitos e 67 mil infectados, segundo a Organização Mundial da Saúde).
Ao contrário de países europeus, o líder não fechou fronteiras, manteve o país em atividade normal, inclusive com a manutenção dos jogos do campeonato de futebol nacional - e com torcida.
Lukashenko é acusado de perseguir opositores e a imprensa. Na prática, o líder implantou uma espécie de mini-URSS em seu país, com denúncias de violação de direitos humanos por parte do regime autocrático altamente personalizado na figura do líder.